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Cresce número de jovens que nem estudam nem trabalham no Brasil

A proporção dos jovens "nem nem", que não estudam nem trabalham, aumentou em 2015 em relação a 2014

Jovens: 14,4% não estão sequer procurando trabalho ou ocupação, segundo o IBGE (Thinkstock)

Jovens: 14,4% não estão sequer procurando trabalho ou ocupação, segundo o IBGE (Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de dezembro de 2016 às 12h05.

Última atualização em 2 de dezembro de 2016 às 15h17.

Rio - O número de jovens de 15 a 29 anos que não estudavam nem trabalhavam em 2015 cresceu no País, chegando a 22,5% da população dessa faixa etária. Sequer procuravam trabalho 14,4% dessas pessoas.

A proporção dos chamados "nem nem" cresceu 2,5 pontos percentuais em relação a 2014 (20%) e 2,8 frente a 2005 (19,7%). O grupo de 18 a 24 anos apresentou o maior porcentual em 2015: 27,4%.

Os dados são da Síntese de Indicadores Sociais, que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga nesta sexta-feira, 2.

"É quase um quarto dos jovens, e os números mostram que o porcentual dos `nem nem nem', que não estudam, não trabalham e não procuram trabalho, não varia mesmo em cenários diferentes", aponta a analista do IBGE Luanda Botelho, referindo-se ao fato de que os "nem nem nem" terem representado 12,8% dos jovens em 2005.

"No caso dos `nem nem', a piora do mercado de trabalho influenciou o resultado. Quando a economia piora, os jovens são os mais afetados e os que mais demoram a se recuperar."

Por conta da maternidade e da maior dedicação a afazeres domésticos, o porcentual de mulheres não estudantes e inativas em 2015 era quase o dobro do que o de homens: 29,8%, contra 15,4%.

Em 2005, estas proporções eram 28,1% e 11,1%.Da população feminina de todas as faixas que não trabalhavam nem estudavam, 91,6% ocupava-se das tarefas da casa, incluindo aí os cuidados com os filhos.

Quando se comparam homens e mulheres que trabalham fora, a persistência da sobrecarga sobre elas quanto às atividades domésticas é evidenciada pelos dados do IBGE.

De 2005 a 2015, o número de horas semanais que os homens gastaram com esse tipo de atividade não se alterou: ficou em 10 horas.

Já entre as mulheres o dispêndio de tempo é o dobro disso, e, somada à jornada de trabalho fora, a jornada total semanal feminina é em média cinco horas maior do que a masculina.

A Síntese é feita pelo IBGE desde 1998. Esta edição utilizou números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2015 e do Censo de 2010, entre outras publicações, e trouxe dados relativos a demografia, famílias, educação, trabalho, distribuição de renda e domicílios. O objetivo da síntese é traçar um perfil das condições de vida da população.

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