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Crédito do BNDES será menor em 2011, diz Coutinho

Segundo o presidente da instituição, chegou a hora de a iniciativa privada assumir papel de protagonista no desenvolvimento do País

Coutinho, presidente do BNDES, também comentou sobre o aumento da poupança interna (Marcello Casal Jr/AGÊNCIA BRASIL)

Coutinho, presidente do BNDES, também comentou sobre o aumento da poupança interna (Marcello Casal Jr/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 7 de dezembro de 2010 às 11h31.

Rio de Janeiro - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse hoje que os desembolsos do banco ficarão, em 2011, abaixo do patamar de R$ 146 bilhões estimados para 2010. Segundo ele, o crescimento dos empréstimos do banco de fomento já foi moderado este ano, na comparação com os R$ 137 bilhões desembolsados no ano passado, que representaram crescimento de quase 50% em relação a 2008.

"Chegou a hora de pensar a contribuição do sistema financeiro privado para o desenvolvimento do País", disse Coutinho, em palestra no seminário "2011-2014: o Brasil e os desafios do novo ciclo de desenvolvimento", promovido pela revista Carta Capital, referindo-se ao plano de incentivos ao financiamento privado de longo prazo que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, promete lançar ainda este ano.

Para Coutinho, o BNDES deverá se concentrar no financiamento de projetos de infraestrutura que exijam prazos elevados e no fomento aos investimentos em inovação, que têm maior risco. Ele afirmou que, se forem concretizados os planos do novo governo, de redução de gastos e do endividamento público, haverá espaço para a redução gradativa dos juros e para o rompimento da cultura, no mercado financeiro, que segundo ele privilegia os títulos públicos, por conta da alta remuneração e liquidez.

"Daqui para frente, a intenção é de abrirmos espaço para o financiamento privado de longo prazo e estimularmos a expansão dos investimentos com aumento da poupança interna. Poupança externa é bem-vinda, mas temos de fazer o nosso dever de casa. Poupança externa é bom, mas tudo em excesso pode fazer mal. Poupança externa deve ser assim: aprecie com moderação", disse, acrescentando que o financiamento externo da economia não deve ultrapassar 4% ou 5% do Produto Interno Bruto (PIB).

Durante a palestra que fez sobre perspectivas de investimentos para a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, Coutinho afirmou que os eventos são apenas vetores da necessidade mais ampla de investimentos de que o Brasil precisa para sustentar o crescimento do PIB em torno da média de 5% ao ano nos próximos cinco anos. Segundo ele, estimativas do BNDES projetam um crescimento anual da infraestrutura de 9,9% até 2014, com investimentos totais somando R$ 1,59 trilhão (incluindo indústria, infraestrutura e edificações).

Coutinho destacou os investimentos que serão realizados em energia elétrica no período (R$ 139 bilhões) e também citou projetos de mobilidade urbana, logística, tecnologia da informação e aeroportos. Segundo ele, uma consultoria contratada pelo BNDES para fazer recomendações à Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) estimou a necessidade de investir entre R$ 6 bilhões e R$ 8,4 bilhões nos aeroportos brasileiros até 2030.

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