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CREA convoca engenheiro responsável pelas obras no edifício Liberdade

Paulo Brasil emitiu o laudo técnico da obra do 3º andar e elaboraria o do 9º pavimento, ambos pertencentes a empresa TO-Tecnologia Organizacional

Desabamento no Rio de Janeiro (Vladimir Platonow/Agência Brasil)

Desabamento no Rio de Janeiro (Vladimir Platonow/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 29 de janeiro de 2012 às 16h56.

Rio de Janeiro - O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (CREA-RJ) convocará na segunda-feira o engenheiro Paulo Sérgio Brasil para prestar esclarecimentos na comissão de Análise de Prevenção de Acidente. Brasil foi o engenheiro responsável pela obra do 3º andar do edifício liberdade, de 20 pavimentos. As mudanças duraram cinco meses, incluíram mudanças de local do banheiro e da cozinha, e já estavam em fase final quando o prédio desabou, na quarta-feira à noite. No fim da semana, o engenheiro disse que havia apenas pilares externos no edifício e que não foi derrubada nenhuma coluna, viga ou parede estrutural.

A TO-Tecnologia Organizacional tem seis andares do prédio, inclusive o 3º e o 9º, onde as obras haviam começado há oito dias. Segundo Sérgio Alves, um dos sócios-diretores da TO, em uma semana de reforma, o banheiro foi mudado de lugar e três paredes de tijolos foram retiradas. O edifício Liberdade foi erguido em 1940, quando uma das técnicas de construção era o uso de paredes como elemento de sustentação.

Antes de fazer as obras no 9º andar, a empresa já havia feito outras seis. Nas duas últimas reformas, não constavaM no CREA as Anotações de Responsabilidade Técnica (ART), e as plantas que deram inicio às reformas foram elaboradas por uma administradora de empresas. No caso da obra do 3º pavimento, um laudo técnico foi emitido posteriormente por Paulo Brasil. Já a do 9º andar, o documento seria entregue depois, pelo mesmo engenheiro.

O presidente da comissão, Luiz Antônio Cosenza, chamará Brasil para esclarecer detalhes das duas obras. Ele quer saber a declaração de Alves de que o prédio não tem colunas. Durante coletiva de imprensa na sexta-feira, o sócio-diretor afirmou que os seis andares eram vãos-livres, sendo que quatro foram adquiridos esse formato e outros dois passaram por obras para seguirem a mesma estética. 

Outra dúvida a ser esclarecida é sobre o acréscimo dos pavimentos mais altos do edifício liberdade. “Vamos pesquisar quem fez essa alteração e quais cálculos foram feitos. Começaram a aparecer muitas contradições agora”, disse Cosenza ao site de VEJA. Outra pergunta a ser feita para Brasil será sobre o laudo, que não foi entregue antes de as obras dos 3º e 9º andares começarem.

O CREA também quer entender como uma pessoa formada em administração pode fazer uma planta. Alves disse que ela era a encarregada por cuidar das obras e que havia feito um curso para "auxiliar de construção de plantas". “Ela usou AutoCAD, que faz projetos de engenharia. Isso é exercício ilegal da profissão”, afirma Cosenza.

Segundo o presidente da comissão de Análise de Prevenção de Acidente do Conselho, Brasil receberá o aviso da convocação na segunda. Como o aviso tem que ser dado com uma semana de antecedência, o engenheiro deve depor no CREA no dia 8 de fevereiro. Ele não pode recusar a ida por ser um conselho referente a sua profissão. A comissão, depois, tentará ouvir outras pessoas envolvidas, como o síndico. Segundo Alves, ele permitiu que as obras começassem sem laudo técnico. O síndico, no caso, poderá se negar a comparecer.

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