Brasil

Cracolândia de SP vai ganhar novo centro de internação

O secretário de Estado de Saúde disse que, apesar de avaliar como positivo o fim dos manicômios, não foram criadas outras alternativas para usuários de drogas

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2014 às 15h43.

São Paulo - O governo do estado vai entregar no dia 14 de junho um centro de acolhida e internação para dependentes químicos do Programa Recomeço, na Rua Helvétia, na Cracolândia, região central de São Paulo.

A novidade foi anunciada na manhã desta terça-feira, 27, pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), durante o lançamento de um selo para empresários que empregarem ex-usuários de drogas que passaram por tratamentos e programas de redução de danos.

Segundo o secretário de Estado de Saúde, David Uip, o equipamento, que está sendo construído em um antigo prédio do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), ajudará a aumentar a quantidade de leitos existentes de 2.400 para 3.000 ainda neste ano.

"Será um segundo centro de acolhimento e internação semelhante ao que tem em Botucatu (interior de SP). Vamos ampliar o número de leitos e os locais", afirmou Uip.

O secretário disse que, apesar de avaliar como positivo o fim dos manicômios, não foram criadas outras alternativas para usuários de drogas.

Ainda de acordo com Uip, o estado já retirou das ruas 1.600 dependentes químicos, o que é considerado um "recorde".

Os primeiros andares do prédio, que serão entregues no próximo mês, farão o atendimento ambulatorial. Os outros pisos que ficarão prontos ao longo do ano terão espaço para a internação.

Para Ronaldo Laranjeira, coordenador do Programa Recomeço, o prédio será um avanço para o tratamento de dependentes químicos da região.

"Foi um grande avanço o que foi feito. Essa experiência de tirar 1.600 pessoas voluntariamente da Cracolândia com 80 agentes, oferecer internação, e elas aceitarem, é um grande feito", afirmou.

Do total de internações de dependentes, segundo Laranjeira, apenas 10 foram involuntárias.

Acompanhe tudo sobre:CrackCracolândiaDrogasGeraldo AlckminGovernadoresPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais de Brasil

Bolsonaro nega participação em trama golpista e admite possibilidade de ser preso a qualquer momento

Haddad: pacote de medidas de corte de gastos está pronto e será divulgado nesta semana

Dino determina que cemitérios cobrem valores anteriores à privatização

STF forma maioria para permitir símbolos religiosos em prédios públicos