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CPMI do Cachoeira pode votar relatório final terça-feira

Porém, a votação pode estar ameaçada pela falta de consenso entre os parlamentares


	Carlinhos Cachoeira: ele é suspeito de comandar uma quadrilha ligada à exploração de jogos ilegais, envolvendo servidores públicos
 (José Cruz/Agência Brasil)

Carlinhos Cachoeira: ele é suspeito de comandar uma quadrilha ligada à exploração de jogos ilegais, envolvendo servidores públicos (José Cruz/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2012 às 10h40.

Brasília - Às vésperas do prazo estipulado para o fim dos trabalhos – dia 22 de dezembro –, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as relações do contraventor Carlinhos Cachoeira com políticos e empresários deve votar amanhã (18) o relatório final do deputado Odair Cunha (PT-MG).

Na avaliação do líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), a votação está ameaçada, pois, segundo ele, não há consenso nem mesmo entre os governistas. “O relatório não agradou nem ao governo, nem à oposição. Fica a impressão de que o comando da CPI prefere não votar a ser derrotado”, disse.

O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), disse à Agência Brasil que espera que o relatório traga avanços. “Ele [o relator] disse que que faria ajustes e que seria um relatório adequado a essa nova realidade”. Entre as críticas ao trabalho do relator está o fato de só o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) ter sido incluído no relatório. A atuação dos governadores Agnelo Queiroz (PT-DF), Sérgio Cabral (PMDB-RJ), Siqueira Campos (PSDB-TO) e Silval Barbosa (PMDB-MT) não foi citada pelo relator Odair Cunha. “O que nós queremos é um relatório à altura do Parlamento brasileiro, sem acobertar ninguém”, completou Rubens Bueno.

Bueno e Dias estão na lista de cinco parlamentares que apresentaram voto separado ao relatório final. O instrumento é uma espécie de manifestação contrária ao texto do relator também foi usado pelo senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e pelos deputados Ônyx Lorenzoni (DEM-RS) e Luiz Pitiman (PMDB-DF).

Apesar da promessa do Odair Cunha de analisar o conteúdo do voto separado e de outras sugestões que foram apresentadas ao relatório, além das alterações já feitas, como a retirada dos pedidos de indiciamento de jornalistas e de investigação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, nenhuma mudança significativa deve ser feita no texto final.

“Não deve haver nenhuma mudança na estrutura do relatório e a votação deverá ser tensa”, admitiu o vice-presidente da CPMI, deputado Paulo Teixeira (PT-SP). Mesmo assim Teixeira acredita que o texto será aprovado pela comissão.

Ao todo, o relatório do deputado Odair Cunha acusa 41 pessoas: 29 foram indiciadas e 12, por terem foro privilegiado, foram responsabilizadas. Nesse último caso, caberá ao Ministério Público Federal analisar se haverá inquérito ou ação penal. Todos os listados são acusados de ter ligação direta com o esquema ilegal de Carlinhos Cachoeira, suspeito de comandar uma quadrilha ligada à exploração de jogos ilegais, envolvendo servidores públicos.

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