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CPMI do 8/1 deve quebrar sigilos de general Cid, Valdemar, Zambelli e mirar no 'gabinete do ódio'

Quebras de sigilo são tidas como peças fundamentais para basear as próximas convocações da comissão perlamentar

Carla Zambelli: deputada deve ter sigilo quebrado. (Zeca Ribeiro/Agência Câmara)

Carla Zambelli: deputada deve ter sigilo quebrado. (Zeca Ribeiro/Agência Câmara)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 22 de agosto de 2023 às 11h54.

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas de 8 de Janeiro deve abrir um novo flanco de investigação que mira ainda mais o círculo imediato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na sessão marcada para as 11h a relatora Eliziane Gama (PSD-MA) pedirá quebras de sigilo do general Mauro Lourana Cid, do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira.

Veja quais informações a relatora quer obter de cada suspeito:

- General Mauro Lourena Cid - sigilo bancário e relatório de inteligência financeira do Coaf.

- Presidente do PL, Valdemar Costa Neto - sigilo telefônico.

- Deputada Carla Zambelli - relatório de inteligência financeira do Coaf e sigilo telefônico.

- Ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira - sigilo telefônico.

Eliziane se reúne na manhã desta terça-feira com integrantes do colegiado para costurar os acordos que podem viabilizar a aprovação desses requerimentos. Parte desses pedidos está amparada em depoimentos recentes prestados à CPMI, como o do hacker Walter Delgatti Netto, que acusou Bolsonaro de oferecer um indulto a ele em troca de invadir o sistema das urnas eletrônicas. De acordo com a declaração de Delgatti, os participantes da trama golpista eram justamente Zambelli, Valdemar e Nogueira, além do ex-presidente.

A quebra do sigilo bancário do general Cid, que é pai do ex-ajudante de ordens da Presidência Mauro Cid, figura numa outra frente de investigação que apura se o esquema de desvios de presentes do acervo pessoal da Presidência foi usado para financiar os atos golpistas de 8 de Janeiro e a estadia de Bolsonaro nos Estados Unidos no penúltimo dia de seu mandato.

As quebras de sigilo são tidas como peças fundamentais para basear as próximas convocações da CPMI. Os eventos recentes envolvendo Bolsonaro fizeram com que os integrantes do colegiado passassem a discutir de forma mais ativa a viabilidade de sua convocação. Para isso, no entanto, há a compreensão de que é preciso fechar o cerco contra aliados do ex-presidente e obter mais informações financeiras para confrontá-lo com dados.

'Gabinete do ódio'

Numa outra frente mais incipiente, o deputado pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) negocia com Eliziane a possibilidade de obter o seu apoio para quebrar os sigilos telefônico e telemático de pessoas apontadas como integrantes do chamado "gabinete do ódio" que teria operado dentro do Palácio do Planalto durante o governo Bolsonaro.

Investigações apontam que os integrantes do "gabinete do ódio" usavam a estrutura do Poder Executivo para disseminar desinformação em massas nas redes sociais. Vieira quer convocar três pessoas ligadas ao grupo: Mateus Matos Diniz, José Matheus Salles Gomes e Tércio Arnold Tomaz. Os três trabalharam como assessores do governo Bolsonaro.

Investigações apontam que os integrantes do gabinete do ódio usavam a estrutura do Poder Executivo para disseminar desinformação em massas nas redes sociais.

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