Deputado Ricardo Barros, líder do governo na Câmara (Ueslei Marcelino/Reuters)
Alessandra Azevedo
Publicado em 12 de agosto de 2021 às 06h00.
Última atualização em 12 de agosto de 2021 às 10h30.
A CPI da Covid ouve nesta momento o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara. O parlamentar entrou na mira do colegiado em 25 de junho, quando foi citado no depoimento do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF).
À CPI, Miranda disse que avisou o presidente Jair Bolsonaro sobre pressões atípicas sofridas pelo irmão, Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, pela importação da vacina indiana Covaxin. Ao ouvir o relato, em 20 de março, Bolsonaro teria mencionado o nome de Barros.
Segundo Miranda, quando Bolsonaro soube da pressão acima do normal pela liberação da importação da Covaxin, mesmo diante de indícios de irregularidades no contrato, “o presidente entendeu a gravidade” e afirmou que “isso é coisa” de Barros.
O deputado do PP nega envolvimento em irregularidades e, no mês passado, insistiu para que a CPI o ouvisse o mais rápido possível. Bolsonaro, no entanto, nunca desmentiu Miranda nem saiu em defesa do líder do governo na Câmara.
A CPI aprovou o pedido de convocação de Barros em 30 de junho. O requerimento, do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), ressalta que ele teria sido mencionado pelo próprio presidente "no cometimento de potenciais ilícitos no contexto de negociação e compra da Covaxin".
O caso Covaxin trouxe à tona indícios de que Bolsonaro teria prevaricado, pois soube de um possível esquema de corrupção na negociação da Covaxin, mas não tomou nenhuma providência.
Segundo o Código Penal, é crime de prevaricação “retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”.
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