Alessandro Vieira: Senador é autor do requerimento para criação da CPI do Crime Organizado Fonte: Agência Senado (Fonte: Agência Senado)
Repórter
Publicado em 4 de novembro de 2025 às 06h00.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará o crime organizado será oficialmente instalada nesta terça-feira, 4, às 11h. Na primeira reunião, os membros vão começar os trabalhos com a eleição do presidente, vice-presidente e relator da comissão.
Proposta pelo senador Alessandro Vieira (MDB-SE), o colegiado terá um prazo de 120 dias para investigar o crescimento das facções criminosas e das milícias. O foco é a atuação e o funcionamento de grupos como Comando Vermelho (CV) e o PCC.
A criação da CPI foi anunciada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, dois dias após a megaoperação policial contra o Comando Vermelho que resultou na morte de 121 pessoas nos Complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro.
De acordo com Alessandro Vieira, o avanço do crime organizado é consequência do "abandono do poder público". O senador reforçou, em suas redes sociais, que a situação exige uma solução urgente e não se trata de uma pauta eleitoreira: “Essa tragédia tem solução. Não é pauta eleitoreira, é urgência nacional”, afirmou.
A CPI será composta por 11 senadores, dos quais 10 já foram indicados pelas lideranças partidárias. Para as investigações, a comissão terá um orçamento de R$ 30 mil.
Batizada de Operação Contenção, a ação realizada entre as polícias Civil e Militar nesta terça-feira, 28, foi considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro, com saldo de 121 mortos, 113 pessoas presas e mais de 90 fuzis apreendidos, de acordo com dados divulgados pelo governo do estado, na quarta-feira.
Os confrontos começaram após o cerco de forças de segurança às comunidades da Penha e do Alemão, áreas sob domínio do grupo Comando Vermelho. A ação desencadeou uma série de reações do tráfico, incluindo bloqueios em vias expressas e paralisações no sistema de transporte público.
Segundo o governo do Rio, o objetivo da operação foi conter a expansão territorial da facção. Em contrapartida, organizações civis e moradores relataram denúncias de execuções, remoção de corpos e uso excessivo da força por parte dos policiais.
(Com informações de Agência Senado)