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CPI do Crime Organizado inicia depoimentos de cúpula da segurança pública

Depoimentos ocorrem em meio à disputa política sobre o projeto Antifacção e ao embate entre governo e oposição na pauta da segurança

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 18 de novembro de 2025 às 08h13.

A CPI do Crime Organizado do Senado inicia nesta semana os depoimentos de autoridades da cúpula da segurança pública. Nesta terça-feira, 18, o colegiado deve ouvir o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e o diretor de Inteligência Policial da corporação, Leandro Almada.

Na quarta-feira, 19, estão previstos os depoimentos do diretor de Inteligência Penal da Senappen, Antônio Glautter de Azevedo Morais, e do promotor Lincoln Gakiya, referência nacional no enfrentamento ao PCC.

As oitivas ocorrem em meio à disputa entre governo e oposição pela pauta da segurança e pela tramitação do projeto Antifacção, proposta do Planalto que endurece medidas contra facções e foi alterada pela Câmara.

O relator da CPI, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), pretende usar os depoimentos para detalhar falhas de integração entre o sistema prisional, forças policiais e órgãos de inteligência, além de atualizar o diagnóstico sobre a expansão territorial e financeira das organizações criminosas.

A presença de Rodrigues e Almada deve levar senadores a questionar a atuação da PF em cooperação com estados, especialmente após a megaoperação realizada no Rio de Janeiro no fim de outubro, que terminou com 121 mortos nos complexos do Alemão e da Penha.

No depoimento de Gakiya, o foco será a atuação do PCC fora dos presídios, o uso de fintechs para lavagem de dinheiro e a infiltração de facções em setores legais da economia.

Instalada no início de novembro, a CPI estruturou seus trabalhos em nove eixos, incluindo lavagem de dinheiro, controle de fronteiras, crimes digitais, ocupação territorial e corrupção. O colegiado também pretende ouvir governadores como Cláudio Castro (PL-RJ), Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Jerônimo Rodrigues (PT-BA), além dos ministros Ricardo Lewandowski (Justiça) e José Múcio (Defesa).

Integrantes do governo defendem que a CPI mantenha enfoque técnico, enquanto a oposição tenta associar o Planalto à ineficiência estatal no combate às facções. O relatório final deve ser entregue em 120 dias, com um parecer preliminar previsto para janeiro.

*Com informações do O Globo

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