Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) criada para investigar os atos antidemocráticos de 8 de janeiro realiza reunião para instalação, eleição do presidente, vice e indicação do relator. A CPMI é formada por 16 senadores e 16 deputados federais titulares, com igual número de suplentes de cada Casa e vai investigar a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília. À bancada, em pronunciamento, senador Izalci Lucas (PSDB-DF). Parlamentares participantes: deputada Delegada Adriana Accorsi (PT-GO); deputado Rogério Correia (PT-MG); deputado Filipe Barros (PL-PR); senador Izalci Lucas (PSDB-DF); deputado Aluisio Mendes (Republicanos-MA); senador Esperidião Amin (PP-SC); deputado Delegado Ramagem (PL-RJ); senador Marcos do Val (Podemos-ES); senador Luis Carlos Heinze (PP-RS); deputado André Fernandes (PL-CE); deputado Pr. Marco Feliciano (PL-SP); senador Eduardo Girão (Novo-CE); senadora Eliziane Gama (PSD-MA); deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ); senador Sergio Moro (União-PR); deputada Laura Carneiro (PSD-RJ); deputado Zeca Dirceu (PT-PR) deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). Foto: Pedro França/Agência Senado (Pedro França/Agência Senado/Flickr)
Agência de notícias
Publicado em 26 de maio de 2023 às 16h57.
Última atualização em 26 de maio de 2023 às 17h03.
Instalada nesta quinta-feira no Congresso Nacional, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará os atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro já conta com 137 requerimentos protocolados. Entre base governista e oposição, os pedidos solicitam desde imagens dos edifícios das sedes dos Três Poderes até o depoimento de possíveis envolvidos. Os requerimentos serão votados na próxima semana.
A base do presidente Lula (PT) solicita a presença do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres, que esteve preso por três meses por suspeita de omissão durante os atos. Os congressistas irão explorar o argumento de que Torres teria viajado para os Estados Unidos por ter tomado conhecimento de que as manifestações iriam ocorrer.
Os parlamentares também querem ouvir o general Júlio César Arruda, ex-comandante do Exército e os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL): o ex-ministro Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Augusto Heleno e o ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid. Cid está preso por suspeita de ter participado de um esquema de falsificação de comprovantes de vacinação.
O requerimento pela convocação de Bolsonaro ainda não foi apresentado. Como noticiou "O Globo", a intenção é que o ex-mandatário seja chamado mais para a frente, já com um avanço da CPMI. A ala governista escolherá o melhor momento para evitar uma possível vitimização. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também deve entrar na lista.
Os aliados do ex-presidente querem ouvir os ministros em exercício na data Flávio Dino (Justiça) e Gonçalves Dias (GSI). Dias pediu exoneração do cargo após a divulgação de vídeos que mostraram a sua atuação no dia 8 de janeiro no interior do Palácio do Planalto. Nas imagens, ele circula pelo edifício com comportamento que foi considerado pela Presidência como "excessivamente passivo" diante dos golpistas. Além de cinco requerimentos pedirem seu depoimento, há um pedido de quebra de sigilo telefônico e telemático.
Para além do escopo político, autoridades da Polícia Militar da capital também estão entre os alvos de requerimento. Entre elas, o coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, responsável pelo Departamento Operacional da PM/DF, para prestar depoimento perante esta CPI.
Entre os manifestantes, está Antônio Cláudio Alves, identificado pela Polícia Federal (PF) como o homem que quebrou o relógio de Dom João VI, exposto no Planalto. Atualmente, Alves está preso em decorrência da Operação Lava-Jato.