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CPI decide adiar depoimentos e pede condução coercitiva de Wizard

Presidente da CPI encerrou a reunião para que os senadores pudessem ir ao plenário acompanhar a votação da MP da Eletrobras

CPI da Covid: Nem as massas polares esfriaram as temporadas quentes da CPI da Pandemia (Edilson Rodrigues/Agência Senado)

CPI da Covid: Nem as massas polares esfriaram as temporadas quentes da CPI da Pandemia (Edilson Rodrigues/Agência Senado)

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Alessandra Azevedo

Publicado em 17 de junho de 2021 às 10h36.

Última atualização em 21 de junho de 2021 às 12h20.

Pouco antes das 10h, a CPI da Covid decidiu adiar os depoimentos marcados para esta quinta-feira, 17. O motivo, segundo o presidente do colegiado, senador Omar Aziz (PSD-AM), é que o plenário deve começar a votar, ainda pela manhã, a Medida Provisória que abre espaço para a privatização da Eletrobras.

O empresário Carlos Wizard, uma das testemunhas que seriam ouvidas nesta quinta-feira, não compareceu, apesar de ter conseguido um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para poder ficar em silêncio e ser acompanhado de um advogado. Ele está nos Estados Unidos.

O auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Alexandre Marques, responsável pelo estudo falso que indicava que metade das mortes por covid-19 ocorreram por outros motivos, também não prestará depoimento nesta quinta, como estava marcado. As novas datas ainda serão definidas.

Aziz pediu desculpas a Alexandre, que já estava no prédio do Senado, e explicou que a sessão do plenário só foi marcada na noite de quarta-feira, 16. "Essa decisão foi tomada ontem à noite. Não estava marcada essa reunião às 10h, e tenho certeza de que todos os senadores dessa CPI, individualmente, têm interesse em debater essa matéria tão importante", disse.

Condução coercitiva

Quanto a Wizard, Aziz afirmou que a CPI solicitará a um juiz que tome as medidas necessárias para a condução coercitiva do empresário. “Oficiaremos a um juiz criminal para que requisite autoridade policial apresentação da testemunha faltosa ou determinar que seja conduzido por oficial de justiça, o qual poderá solicitar o auxílio da força pública”, disse o senador.

Além disso, o passaporte de Wizard será recolhido pela Polícia Federal assim que ele voltar para o Brasil e fique retido até que ele preste depoimento à CPI. “Determino que seja oficiada a Justiça Federal para que o passaporte seja imediatamente retido pela Polícia Federal tão logo ele ingresse em território nacional e somente lhe seja devolvido após a prestação do seu depoimento perante essa comissão", disse Aziz.

O senador criticou a atitude de Wizard, que, para ele, mostra “falta de respeito com o STF”, mais do que com a CPI. Segundo o presidente do colegiado, o empresário, apontado como integrante do gabinete paralelo do governo Bolsonaro, “está achando que conseguir habeas corpus no Supremo é que nem ir na quitanda comprar bombom”.

Aziz contou que, às 7h da manhã, os advogados de Wizard entraram em contato para remarcar o depoimento. O presidente da CPI lembrou que o empresário foi intimado a depor por várias vias -- telefone, e-mail, postal. “É uma brincadeira dele, né?”, comentou.

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