CPI da Petrobras (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 29 de setembro de 2015 às 22h39.
A pedido do ex-controlador da empresa Suzano Petroquímica, David Feffer, o depoimento dele na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a Petrobras será a portas fechadas, acompanhado apenas por integrantes da comissão, sem a participação do público e da imprensa.
Apoiado em um habeas corpus concedido pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), Feffer informou que faria uso do recurso jurídico para ficar em silêncio, caso a reunião não fosse fechada.
“Em sessão aberta eu me manterei em silêncio. Em sessão fechada, posso falar”, disse o ex-sócio da empresa Suzano Petroquímica, comprada pela Petrobras em 2007.
O pedido foi acatado pelo presidente da comissão, deputado Hugo Motta (PMDB-RJ). A compra da Suzano despertou suspeitas dos investigadores da Operação Lava Jato, uma vez que a aquisição foi feita a um custo duas vezes maior do que seu valor de mercado.
Em depoimento prestado em julho, o ex-acionista da Petroquímica Triunfo, Auro Gorentzvaig, havia dito que a compra da Suzano pela Petrobras prejudicou os negócios da Triunfo e beneficiou a Odebrecht. Segundo ele, sua empresa foi “expropriada” em benefício de uma subsidiária da empreiteira Odebrecht, a Braskem.
Enquanto a sessão de hoje ainda estava aberta, o relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), criticou a Polícia Federal por dificultar as investigações, via Legislativo, da Lava Jato - em especial na apuração de supostas escutas irregulares feitas na cela do doleiro Alberto Youssef e no chamado fumódromo da superintendência do Paraná.
“Não estamos conseguindo avançar porque não estamos tendo apoio da Polícia Federal. Não está ocorrendo respeito a uma CPI. Por isso, sugiro marcarmos reunião com o ministro da Justiça [Eduardo Cardozo] e com o ministro Teori [Zavascki], do STF [que tem concedido habeas corpus a depoentes da CPI]”, disse o relator.
A crítica do relator tem como alvo delegados e agentes da PF que têm deixado de participar dos depoimentos respaldados por atestados e por licenças médicas. Esse expediente foi usado hoje para cancelar os depoimentos do delegado Paulo Renato de Souza Herrera, e da agente Maria Inês Malinowski de Paris Slussarek.