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CPI da Petrobras tem data para acabar

Comissão vai encerrar seus trabalhos sem avançar em nada na apuração dos atos de corrupção na estatal


	Presidente da Petrobras, Graça Foster, durante depoimento à CPI que investiga supostas irregularidades na empresa
 (Pedro França/Agência Senado)

Presidente da Petrobras, Graça Foster, durante depoimento à CPI que investiga supostas irregularidades na empresa (Pedro França/Agência Senado)

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Da Redação

Publicado em 27 de outubro de 2014 às 19h40.

Brasília - A Comissão Parlamentar Inquérito (CPI) do Congresso que investiga irregularidades na Petrobras vai encerrar seus trabalhos sem avançar em nada na apuração dos atos de corrupção na estatal.

Tanto representantes do governo quanto da oposição concluíram que a CPI não tem condição de competir com a Polícia Federal e o Ministério Público nas investigações.

A CPI tem até data para acabar. O relator, deputado Marco Maia (PT-RS), afirmou que pedirá a prorrogação dos trabalhos para o dia 21 de dezembro. Pelo calendário atual, a CPI terminará no dia 23 de novembro.

"Na minha opinião a CPI está investigando tudo. Não precisa ampliar seu arco de apuração com os novos fatos sobre irregularidades que surgiram na estatal durante a campanha política", disse o relator.

Como os trabalhos do Congresso terminam em dezembro, a CPI não poderá ser prorrogada para data posterior.

"Vou fazer o relatório e nós vamos concluir os trabalhos em dezembro. Quem quiser uma nova CPI que colha novas assinaturas no ano que vem. Será outro tempo, outra legislatura", disse Marco Maia. 

Ele e o presidente da CPI, senador Vital do Rego (PMDB-PB), desmarcaram o depoimento de Alberto Yousseff, marcado para quarta-feira.

Foram dois os motivos: o mal súbito do doleiro no sábado à noite e a informação dada pelos advogados dele de que nada diria, para não quebrar o acordo de delação premiada negociado com o Ministério Público.

Para não passar em branco, a CPI decidiu ouvir no lugar de Yousseff o depoimento do atual diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza.

Ele sucedeu no cargo a Paulo Roberto Costa, que foi preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato e foi o primeiro a fazer acordo de delação premiada com o Ministério Público e com a Justiça.

No requerimento de convocação de Cosenza, os integrantes da CPI argumentaram que ele deveria também falar sobre denúncias de que teria participado do suposto esquema de desvio de verbas.

Segundo a Polícia Federal, o valor do dinheiro nas mãos da quadrilha poderia chegar a R$ 10 bilhões.

"Essa CPI não anda mais. Não tem muito a oferecer. A investigação avançou muito na área judiciária", disse resignado o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), um dos oposicionistas que mais lutaram pela criação da CPI.

"Estamos apostando muito mais no trabalho da Justiça, com participação do Ministério Público e da Polícia Federal". Dias, no entanto, não acha que os trabalhos da CPI foram em vão.

"Ela cumpriu um papel importante, pois levou transparência às investigações sobre corrupção na Petrobras. Mas de fato perdeu o timing."

Para ele, esperar da CPI mais do que fez até agora - correr atrás dos investigados pela PF e pedir para ter acesso a cópias de documentos que estão com a Justiça - é exigir demais em função da composição da comissão, com predomínio de governistas que sempre impediram que as investigações avançassem.

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