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CPI da Petrobras adia convocação de ex-mulher de Janene

Viúva do deputado federal deseja colaborar com a comissão através de informações que desmentem o doleiro Alberto Youssef


	Deputado federal José Janene, morto em 2010
 (José Cruz/Agência Brasil)

Deputado federal José Janene, morto em 2010 (José Cruz/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2015 às 16h47.

Brasília - Deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras acabaram adiando a decisão de convocação Stael Janene, ex-mulher do deputado federal José Janene – morto em 2010, em razão do anúncio da Ordem do Dia em plenário.

O regimento da Câmara impede que comissões votem projetos ou requerimentos enquanto a Ordem do Dia estiver em andamento.

Depois de mais de quatro horas de reunião para votação de pedidos de convocação e acesso a documentos, o relator Luiz Sérgio (PT-RJ) dedicou alguns minutos para explicar que a viúva do ex-líder do PP manifestou interesse em colaborar com a comissão.

Segundo ele, durante visita da CPI a Curitiba, Stael teria procurado parlamentares para afirmar que tem informações que desmentem o doleiro Alberto Youssef.

“Esta é oitava vez que Youssef vai preso. Isto demonstra que é um criminoso incorrigível. Infelizmente muita gente dá crédito em demasia a alguém que não é herói, mas um bandido”, afirmou Luiz Sérgio ao tentar ponderar a necessidade de um pedido com caráter de convocação.

O relator defendeu uma consulta prévia para que não seja criado um ambiente de “constrangimento” já que há disposição de colaborar.

Luiz Sérgio que conseguiu o apoio do presidente da CPI, Hugo Motta, teve resistências de outros lados como o do deputado Ivan Valente (PSOL-SP). Este lembrou que, durante audiências da comissão em Curitiba, Youssef negou que mantinha conta conjunta com José Janene denunciada por Stael.

“Ela deu cifra a de 183 milhões de euros. Mas ele apenas negou. Youssef é, certamente, uma pessoa processada e presa várias vezes, mas temos que tomar cuidado na CPI para não desqualificar tudo o que foi ventilado na delação premiada porque muitas coisas estão se comprovando”, afirmou.

O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) acusou o PT de adotar uma manobra para evitar a votação de requerimentos extras que tratavam de convocação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da quebra de sigilos fiscal, bancário e telefônico dos ex-ministros Antonio Palocci e José Dirceu e da acareação entre o ex-gerente da área de Serviços da estatal Pedro Barusco, o ex-diretor de Engenharia e Serviços da estatal Renato Duque e o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.

“[O ex-diretor da Petrobras] Paulo Roberto Costa foi colocado lá por indicação de Luiz Inácio Lula da Silva”, destacou o parlamentar ao lembrar depoimentos prestados pelos delatores da operação presos em Curitiba.

Começou há pouco o depoimento do diretor de operações e participações da Sete Brasil, Renato Sanches Rodrigues, à comissão. Sanches Rodrigues aguardava desde as 9h o fim das votações de requerimentos na sala reservada da CPI.

A Sete Brasil é investigada por pagamento de propina ao ex-diretor da estatal Renato Duque. Barusco afirmou, em delação premiada, que a empresa pagou propina a diretores da Petrobras nos contratos de construção de 28 sondas de perfuração.

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