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CPI da Merenda "poupa" políticos citados em esquema de depor

Relator desobrigou os deputados acusados no esquema de fraude na merenda de depor na CPI da Alesp


	Plenário da Alesp: presidente da assembleia Fernando Capez, citado no esquema de fraudes, não terá que depor na CPI
 (José Antonio Teixeira/Alesp)

Plenário da Alesp: presidente da assembleia Fernando Capez, citado no esquema de fraudes, não terá que depor na CPI (José Antonio Teixeira/Alesp)

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Da Redação

Publicado em 3 de agosto de 2016 às 08h20.

São Paulo - O relator da CPI da Merenda na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), deputado Estevam Galvão (DEM), excluiu os parlamentares paulistas suspeitos de envolvimento no esquema de desvio de dinheiro da alimentação escolar no Estado da lista de depoentes da comissão, que retoma os trabalhos nesta quarta-feira, 3, após um mês de recesso.

Entre os "poupados" pela CPI está o presidente da Alesp, Fernando Capez (PSDB), acusado por dois delatores da Operação Alba Branca de ter recebido propina em contratos da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf) com prefeituras e com a Secretaria Estadual da Educação do governo Geraldo Alckmin (PSDB). Capez nega.

Aliado dos tucanos, Galvão divulgou na terça-feira, 2, o plano de trabalho da CPI no qual lista 16 pessoas que devem ser convidadas ou convocadas a depor.

Além de Capez, também ficaram fora da relação de depoentes os deputados estaduais Luiz Carlos Gondim (SD) e Fernando Cury (PPS), e os deputados federais Baleia Rossi (PMDB), Duarte Nogueira (PSDB) e Nelson Marquezelli (PTB), todos citados nas investigações e que também negam as acusações.

O roteiro será colocado em votação nesta terça-feira na CPI, onde oito dos nove integrantes são da base aliada de Alckmin, incluindo o presidente, Marcos Zerbini (PSDB).

"É a prova material da blindagem que a CPI quer fazer ao presidente Capez, que é citado diversas vezes e que tem assessores seus envolvidos nesse escândalo", criticou Alencar Santana (PT), único deputado da oposição na comissão.

Ordem

O petista criticou ainda a ordem de depoimentos, que prevê ouvir primeiro o corregedor-geral do Estado, Ivan Francisco Pereira Agostinho, e todos os acusados que não são políticos, como o ex-secretário da Educação Herman Voorwald, o ex-chefe de gabinete da pasta Fernando Padula, e três ex-assessores de Capez: Jéter Rodrigues, Merivaldo dos Santos e Luiz Carlos Gutierrez, o Licá.

Somente depois serão ouvidos os ex-integrantes da Coaf e lobistas presos pela Operação Alba Branca no início deste ano e que delataram os pagamentos de propina aos demais.

"Não tem lógica ouvir primeiro quem está sendo acusado daquele que o acusa. Esse roteiro foi feito única e exclusivamente para favorecer a defesa dos acusados e prejudicar a investigação da CPI", disse Santana.

O relator Estevam Galvão rebate as críticas dizendo que Capez ainda não será convocado porque "o nome dele ainda não foi citado oficialmente em nenhum lugar a não ser na imprensa". Segundo ele, "já está previsto que (Capez) será convocado" após recebimento do inquérito da Alba Branca.

Galvão disse ainda que ouvir os acusados antes pode "dar mais instrumentos" para a CPI. "Mas isso não é uma coisa inflexível", afirmou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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