Brasil

CPI da JBS também deve avançar sobre Fachin e Ministério Público

Parlamentares da base aliada do governo buscam trazer o ministro e membros do MP para depor em comissões do Congresso

JBS: a CPI deve ser instalada na próxima quarta-feira (14) (Ueslei Marcelino/Reuters)

JBS: a CPI deve ser instalada na próxima quarta-feira (14) (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de junho de 2017 às 16h51.

Brasília - Em mais uma demonstração de resistência da base do governo Temer contra as investigações que recaem sobre o presidente, parlamentares buscam trazer o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, relator da Lava Jato, e também membros do Ministério Público para depor em comissões do Congresso.

A nova tentativa está articulada para acontecer na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da JBS, que deve ser instalada nesta semana.

"Queremos de imediato ouvir os irmãos Wesley e Joesley Batista, o Ministério Público (MP) e o Judiciário. Queremos compreender esse método diferenciado de delação que permitiu a total liberdade para esses empresários", afirmou o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), parlamentar que propôs a criação da comissão e que deve presidir o colegiado.

Quando questionado sobre quem seriam os representantes do STF e MP a ser convocados, o senador não apontou nomes, mas deu sinalizações claras.

"Quem pediu a homologação e quem homologou a delação", afirmou. Relator da Lava Jato, o ministro Edson Fachin é o responsável pela homologação das delações premiadas.

Como procurador-geral da República, Rodrigo Janot, é o líder das investigações.

Os procuradores responsáveis especificamente pela delação da JBS foram Sérgio Bruno Cabral Fernandes, Eduardo Botão Pelella, Fernando Antônio de Oliveira Júnior, Ronaldo Pinheiro de Queiroz e Daniel de Resende Salgado.

O senador Ataídes Oliveira afirmou que já tem os requerimentos de convocação prontos e deve apresentá-los tão logo a CPI seja instalada.

A CPI da JBS será um colegiado composto por 16 senadores e 16 deputados. Ainda na fase de indicação de membros, a previsão é que a comissão seja instalada na próxima quarta-feira, 14.

O objetivo é investigar irregularidades envolvendo as empresas JBS e J&F em operações realizadas com o BNDES e BNDES-PAR ocorridas entre os anos de 2007 a 2016.

Além disso, a comissão também pretende investigar o acordo de delação premiada dos empresários Wesley e Joesley Batista, donos da JBS, desculpa ideal para a convocação de Fachin, Janot e procuradores responsáveis pelo acordo.

Investida pró-Temer

Essa não é a primeira ação da base de Temer contra o Ministério Público e o Judiciário. A delação da Odebrecht, que traz supostos áudios do presidente Michel Temer com delatores, foi o marco de uma nova crise no governo.

Desde então, a base se prepara para contra-atacar e enfraquecer o trabalho do ministro Edson Fachin e do procurador-geral, Rodrigo Janot.

Na semana passada, o deputado Fausto Pinato (PP-SP) apresentou um requerimento de informações dirigido ao ministro Edson Fachin na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

Acompanhe tudo sobre:CPIEdson FachinJBSMinistério PúblicoSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Com sete rios na cota de inundação, Rio Grande do Sul tem 6,5 mil pessoas fora de casa

Santuário Cristo Redentor tem a meta de receber 10 toneladas em campanha do agasalho; veja como doar

Moraes libera visitas a ex-assessor de Bolsonaro preso por tentativa de obstrução de Justiça

SP: Justiça dá cinco dias para prefeitura explicar privatização de escolas