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CPI da Covid aprova convocação da 'Capitã Cloroquina'

Também aprovaram requerimentos para que Itamaraty e Abin forneçam informações sobre possível guerra química citada por Bolsonaro

Cpi da Covid: Osmar Aziz e Renan Calheiros (Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Cpi da Covid: Osmar Aziz e Renan Calheiros (Edilson Rodrigues/Agência Senado)

AO

Agência O Globo

Publicado em 13 de maio de 2021 às 11h24.

Última atualização em 13 de maio de 2021 às 11h32.

A CPI da Covid aprovou a convocação da secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como “Capitã Cloroquina”. Conforme revelou o GLOBO, ela foi a responsável pelo planejamento de uma comitiva de médicos que difundiu o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra o novo coronavírus em Manaus dias antes de o sistema de saúde do Amazonas entrar em colapso, em janeiro último. O depoimento foi dado ao Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas.

Eram quatro requerimentos de convocação, de autoria dos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Humberto Costa (PT-PE) e Renan Calheiros (MDB-AL), que é o relator da CPI. Todos eles fazem oposição ao governo federal. Ainda foi aprovado de requerimento de Calheiros para convocar Jurema Werneck, representante do Movimento Alerta, para falar de mortes durante a pandemia.

Também foi aprovado convite para que a médica Nise Yamaguchi, defensora da cloroquina, preste depoimento. Segundo o presidente da CPI, senador Omar Aziz, a própria Yamaguchi o procurou para falar à comissão. Os requerimentos foram apresentados pelos senadores governistas Marcos Rogério (DEM-RO) e Eduardo Girão (Podemos-CE). Outro convite, feito pelo governista Luis Carlos Heinze (PP-RS), é para que médicos prestem informações sobre "as evidências cientificas que comprovam a eficácia do tratamento precoce contra a Covid-19".

A CPI também aprovou requerimentos de requisição de informações. Dois deles, de autoria do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), são dirigidos ao Ministério das Relações Exteriores (MRE) e à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) "das declarações do Presidente da República sobre a possibilidade de estar em curso uma guerra não declarada, promovida por nação estrangeira, por meio de 'guerra, química, bacteriológica e radiológica'". Na quarta-feira da semana passada, o presidente Jair Bolsonaro insinuou que China pode ter criado o coronavírus como parte de uma "guerra química".

Dois requerimentos do vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues, têm como alvos a propagação de "fake news" sobre a pandemia no Youtube. Um deles é para que o Google forneça informações de registro desses vídeos. O outro é para que a Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo federal forneça "todos os documentos, comunicações e informações sobre os canais no You Tube listados em anexo durante o período de 2020 a 2021".

Há ainda requerimento de Randolfe para que o MRE forneça "todas as informações, telegramas e documentos sobre a obtenção de cloroquina/hidroxicloroquina para o Brasil durante a pandemia da covid-19, seja por meio de aquisição pelo governo ou por empresas, doação, liberação de remessas ou outra modalidade". O senador ainda solicitou ao MRE "todas as comunicações, telegramas e documentos enviados ou recebidos sobre a obtenção de vacinas contra a Covid-19 para o Brasil".

Ainda para o MRE, a CPI aprovou requerimento de Rogério Carvalho (PT-SE) para que sejam fornecidos telegramas e outras comunicações formais às embaixadas brasileiras no exterior, organismos internacionais e empresas "solicitando agilização ou intervenção no processo no aquisição, importação ou fornecimento de medicamentos supostamente indicados ao tratamento da infecção causada pelo novo Coronavírus e, ainda, de vacinas".

Um outro requerimento aprovado, de autoria de Randolfe, é dirigido à Fundação Oswaldo Cruz para fornecer o contrato firmado com o laboratório AstraZeneca, que produz a vacina de Oxford. Outra empresa farmacêutica, a EMS, deverá fornecer informações sobre a produção de alguns medicamentos do chamado "kit covid", que originalmente são destinados a outras doenças, mas foram utilizados sem eficácia comprovada no tratamento da Covid-19. Esse requerimento é de autoria de Omar Aziz.

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