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Covid-19: SP publica protocolo que autoriza empresa a testar funcionários

Empresas que não puderem seguir em teletrabalho devem mobilizar estratégias para testagem em massa de funcionários para o novo coronavírus; veja o protocolo

Testes: O próprio setor privado deve adquiri os exames, que só podem ser os aprovados pela Anvisa (Andressa Anholete/Getty Images)

Testes: O próprio setor privado deve adquiri os exames, que só podem ser os aprovados pela Anvisa (Andressa Anholete/Getty Images)

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Clara Cerioni

Publicado em 29 de maio de 2020 às 13h45.

Última atualização em 29 de maio de 2020 às 13h55.

O governo do estado de São Paulo anunciou nesta sexta-feira, 29, um protocolo que autoriza empresas a medir temperatura, aplicar um questionário e realizar testes para a covid-19 em seu quadro de funcionários. O objetivo, segundo o governador João Doria (PSDB), é orientar o setor privado na "retomada consciente" da economia do estado.

"Este programa vai orientar os gestores das empresas quanto à prevenção e monitoramento das condições de saúde dos seus funcionários, colaboradores e fornecedores diretos e também a segurança dos seus clientes", disse.

O protocolo de testagem para o setor privado recomenda que as empresas realizem, diariamente, um questionário para saber se o funcionário teve contato próximo com alguma pessoa testada positiva para covid-19 nos últimos 14 dias ou se apresentou algum sintoma relacionado à doença nas últimas 24 horas.

 

 

"Em caso de resposta positiva para as perguntas, o funcionário deve ser considerado como um caso suspeito", diz o protocolo, que orienta ainda que apenas atividades em que não exista a possibilidade do trabalho remoto voltem ao local de trabalho.

O governo autoriza também a medição de temperatura dos colaboradores. "Recomenda-se que todos os funcionários presenciais tenham sua temperatura aferida diariamente no momento da chegada ao local de trabalho". Caso a temperatura esteja acima de 37,8°C, o funcionário deve ser considerado como um caso suspeito.

Caso a empresa não possua testes suficientes para todos, a amostra de funcionários deve ser definida por gravidade dos sintomas, risco inerente à sua atividade ou urgência para voltar ao trabalho presencial. Nessa modalidade, no entanto, há riscos de disseminação da covid-19 por colaboradores assintomáticos.

O próprio setor privado deve adquiri os exames, que só podem ser os aprovados pela Anvisa. Toda coleta de amostras, inclusive, só pode ser realizada por profissionais de saúde capacitados, paramentados com os EPIs e em local com condições sanitárias apropriadas — o governo permite drive ou walk-thru, laboratórios recomendados ou testagem em domicílio.

"Como medida de contenção da disseminação do vírus na população das empresas, caso a empresa tenha condições, pode ser realizada a testagem periódica de todos ou parte dos funcionários que trabalharem presencialmente nas dependências das empresas e/ou tenham contato com público", diz o documento.

A estratégia de testagem deve priorizar atividades que demandam maior contato com o público, não podem fazer teletrabalho, exigem trabalho em ambientes de maior proximidade física ou são desenvolvidas em ambientes sem ventilação adequada. O documento não especifica a frequência que os testes devem ser realizados.

Acesse na íntegra o protocolo que autoriza testagem de funcionários pelas empresas em São Paulo

A divulgação do documento vem dois dias após o anúncio do "Plano São Paulo", que liberou, em algumas regiões do estado, a abertura, com restrições, de imobiliárias, concessionárias de veículos, escritórios, comércio e shopping centers. A decisão final, contudo, fica com os prefeitos.

Apenas as regiões de Registro, Baixada Santista e Grande São Paulo, que somam 62 cidades, seguem em quarentena até 15 de junho. A capital também começou a mobilizar a retomada econômica, mas ainda não há prazos para a autorização de reabertura, segundo anunciou ontem o prefeito Bruno Covas (PSDB).

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