Brasil

Covid-19: Hospitais privados podem ficar sem anestésicos em 2 dias

Associação que representa os hospitais privados divulgou uma carta aberta informando sobre o risco de falta de medicamentos que auxiliam na intubação de pacientes

Hospitais públicos e privados estão com o abastecimento de medicamentos e insumos médicos no limite (Amanda Perobelli/Reuters)

Hospitais públicos e privados estão com o abastecimento de medicamentos e insumos médicos no limite (Amanda Perobelli/Reuters)

BA

Bianca Alvarenga

Publicado em 20 de março de 2021 às 15h24.

A Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) divulgou uma carta aberta informando que o estoque de medicamentos usados no tratamento da covid-19 está no limite. O levantamento, feito na última quinta-feira, dia 18, indicava que o abastecimento de alguns anestésticos era suficiente somente para mais 4 dias -- ou seja, duraria somente até segunda-feira, dia 22.

Profissionais da saúde e administradores de hospitais têm alertado as autoridades para a escassez de medicamentos, como anestésicos e sedativos, usados no processo de intubação dos pacientes acometidos pela covid-19.

Veja abaixo a duração dos estoques dos hospitais privados, aferida no dia 18, quinta-feira:

  • Propofol (anestésico): 4 dias
  • Cisatracurio (bloqueador neuromuscular): 4 dias
  • Atracúrio (bloqueador neuromuscular): 4 dias
  • Rocuronio (relaxante muscular): 9 dias
  • Midazolam (sedativo): 14 dias
  • Fenatanila (analgésico): 19 dias

"Entendemos a preocupação do governo em garantir os insumos necessários para a atenção aos
pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), mas a situação do setor privado também é bastante
preocupante e, certamente, atingirá o seu ápice nos próximos dias", diz a Anahp, em nota.

A queixa da associação é que o SUS tem feito novas requisições para as empresas fabricantes dos medicamentos, o que compromete os pedidos feitos anteriormente pelos hospitais privados.

"Caso essas instituições (privadas) fiquem sem as medicações necessárias para os procedimentos exigidos em pacientes acometidos pela Covid-19, a alta demanda dos hospitais privados sobrecarregará ainda mais o setor público – agravando a situação do sistema de saúde brasileiro", alerta a Anahp.

A situação crítica de fornecimento de medicamentos e insumos médicos levou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a flexibilizar as regras de registro e aprovação de novos produtos. Entre as medidas anunciadas está a adoção de medicamentos importados sem registro e o aproveitamento de cilindros de oxigênio de uso não-medicinal.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusHospitaisHospitais públicosPandemiaSUS

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas