Pessoas de máscara no Ibirapuera: decisão não inclui os parques estaduais da capital paulista, como o da Água Branca, na zona oeste, e da Juventude, na zona norte (Rovena Rosa/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 26 de outubro de 2020 às 13h44.
Última atualização em 26 de outubro de 2020 às 14h14.
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), anunciou na manhã desta segunda-feira, 26, que os parques municipais voltarão ao funcionamento normal nesta semana, liberando a abertura também nos fins de semana e feriados. O acesso de frequentadores aos espaços será limitado a 60% da ocupação, com o controle de acesso de pessoas.
Segundo Covas, a Vigilância Sanitária municipal interpretou que a reabertura é possível, pois a cidade não teve aumento nos indicadores da pandemia do novo coronavírus com as recentes flexibilizações da quarentena. A decisão será publicada no Diário Oficial da cidade de terça-feira, 27.
Em julho, quatro parques receberam sinalizações com círculos no chão para facilitar o distanciamento social entre frequentadores. O receio de atrair aglomerações era o principal motivo pelo qual os espaços estavam fechados durante os fins de semana e feriados. Ao todo, São Paulo tem 108 parques municipais.
A decisão não inclui os parques estaduais da capital paulista, como o da Água Branca, na zona oeste, e da Juventude, na zona norte. Nesse caso, a liberação precisa ser feita pelo governador do estado, João Doria (PSDB).
Também nesta segunda, Covas visitou o Parque do Ibirapuera, que passou para a gestão privada na terça-feira, 20. O grupo responsável, Construcap (por meio da Urbia Gestão de Parques), já havia começado os trabalhos desde janeiro nos parques Tenente Faria Lima, na zona norte, e Lajeado, na zona leste. Eles fazem parte do mesmo pacote de desestatização, que ainda inclui outros parques paulistanos. O acesso segue obrigatoriamente gratuito.
Até 20 de dezembro, a gestão será acompanhada pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (SVMA), em um período de transição. A concessão inclui também equipamentos públicos localizados dentro do parque, como o Planetário, a Oca, o Auditório Ibirapuera, a Escola Municipal de Astrofísica e o Pavilhão das Culturas Brasileiras. Os demais, como o Museu Afro, o MAM, a Bienal e o Viveiro Manequinho Lopes, dentre outros, seguem com as atuais gestões.
Segundo estimativas do grupo,, 90 milhões de reais serão investidos em obras no parque nos próximos três anos, como reformas e restauro de espaços. Na semana passada, foi criado um centro de visitantes temporário no local, no térreo da escola de astrofísica. A concessão é válida por 35 anos e teve como pagamento inicial à prefeitura uma outorga de 70,5 milhões de reais.
Outra mudança é a abertura do restaurante Madureira Sucos, que passará a ocupar o espaço em que havia uma lanchonete, nas proximidades da Praça da Paz. "Estão previstas também feiras sazonais ligadas à alimentação saudável, sustentável e de qualidade", diz nota da Urbia.
A jornalistas, Covas disse que medida é uma forma de focar o investimento público em áreas prioritárias, como educação, saúde e moradia. Além disso, falou que, no campo de gestão de parques, a iniciativa privada tem condições de fazer um trabalho até melhor do que o ente público.
Até o momento, a gestão municipal organizou outros três lotes de concessão de parques. O segundo, do Parque Chácara do Jockey, na zona oeste, não atraiu interessados. O terceiro, dos parques Trianon e Mário Covas, na Avenida Paulista, terá o resultado divulgado nesta semana. Por fim, o quarto, do Parque Chuvisco, na zona sul, está em ajustes após passar por audiência e consulta públicas.