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Covas coloca sigilo em inspeção de pontes e viadutos com risco em SP

O termo impõe sigilo a documentos públicos, como laudos, projetos e contratos

Gestão Covas: documento de confidencialidade foi assinado em 31 de janeiro (Leon Rodrigues/SECOM/Divulgação)

Gestão Covas: documento de confidencialidade foi assinado em 31 de janeiro (Leon Rodrigues/SECOM/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de fevereiro de 2019 às 15h30.

Última atualização em 9 de fevereiro de 2019 às 15h34.

A gestão do prefeito Bruno Covas (PSDB) impôs que as empresas contratadas para vistoriar pontes e viadutos em São Paulo assinem um termo de confidencialidade dos laudos produzidos. O desrespeito ao termo prevê consequências jurídicas paras as contratadas. 

O termo impõe sigilo a documentos públicos, como laudos, projetos e contratos. O documento de confidencialidade foi assinado em 31 de janeiro, dois dias depois de o jornal Folha de São Paulo publicar que engenheiros da prefeitura teriam atestado em reunião que seis pontes e viadutos da cidade têm "risco iminente de colapso". 

A prefeitura diz que houve um "erro de redação" na ata da reunião e substitui a expressão "risco iminente de colapso" por "desconhecimento do risco de colapso". 

Covas justificou o sigilo com a divulgação da ata. "Divulgaram atas mal redigidas, criando confusão na população. A gente está com um problema muito sério e grave, não podemos ter laudos parciais, laudos incompletos sendo divulgados", disse neste sábado, 9. 

"[O sigilo é] para a gente ter controle, saber que o que vai ser divulgado diz respeito ao que foi pesquisado. Precisamos ter tranquilidade e divulgar tudo aquilo que a população precisa saber e ter tranquilidade para não ter a divulgação de dados parciais que não condizem com a realidade", completou o prefeito que foi chamado por promotor para depor sobre a situação dos viadutos. 

Vistorias. A prefeitura concluiu na terça-feira, 5, a primeira etapa de inspeções em pontes e viadutos da cidade e constatou a necessidade de estudos de engenharia urgentes em 16 de 33 estruturas. Ainda nesta semana, mais duas empresas devem ser contratadas emergencialmente, sem licitação, para a execução dos serviços.

Em novembro, um viaduto na Marginal do Pinheiros foi fechado após ceder dois metros e deve ficar em obras até maio. Dois meses depois, a gestão Bruno Covas (PSDB) interditou uma ponte da Marginal do Tietê por risco estrutural.

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