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Corrupção não é "crime menor", afirma Bretas em ofício a Gilmar Mendes

Ministro do Supremo Tribunal Federal liberou 19 pessoas presas por ordem do juiz responsável pela Lava Jato no Rio no último mês

Marcelo Bretas: magistrado afirma ainda que os casos cometidos por agentes públicos "têm enorme potencial para atingir, com severidade, um número infinitamente maior de pessoas" (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Marcelo Bretas: magistrado afirma ainda que os casos cometidos por agentes públicos "têm enorme potencial para atingir, com severidade, um número infinitamente maior de pessoas" (Fernando Frazão/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de junho de 2018 às 17h54.

Última atualização em 5 de junho de 2018 às 18h27.

Brasília - O juiz federal Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no Rio, enviou ofício ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, em que afirma que a corrupção não pode ser vista como um "crime menor".

A manifestação foi anexada ao processo de habeas corpus do ex-presidente da Fecomércio-RJ, Orlando Diniz, solto por Gilmar na sexta-feira. Ele havia sido preso em fevereiro pela Operação Jabuti, desdobramento da Lava Jato. Diniz foi uma das 19 pessoas liberadas por Gilmar no último mês, todas presas por ordem de Bretas.

"Também foi defendido que casos de corrupção e delitos relacionados não podem ser tratados como crimes menores, pois a gravidade de ilícitos penais não deve ser medida apenas sob o enfoque da violência física imediata", diz Bretas no documento.

O magistrado afirma ainda que os casos de corrupção cometidos por agentes públicos "têm enorme potencial para atingir, com severidade, um número infinitamente maior de pessoas".

Nas últimas semanas, além de envolvidos na Operação Jabuti, Gilmar mandou soltar presos da Operação Pão Nosso, da Operação Rizoma (como o lobista Milton Lyra), e da Operação Calicute (dois integrantes do governo de Cabral).

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