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Corrida de cidades por vacina contra a covid-19 preocupa prefeitos

Duas capitais já anunciaram que pretendem comprar vacina do Instituto Butantan. Frente Nacional dos Prefeitos cobra plano nacional do Ministério da Saúde

Prefeitos reservaram lotes com o Instituto Butantan. (Amanda Perobelli/Reuters)

Prefeitos reservaram lotes com o Instituto Butantan. (Amanda Perobelli/Reuters)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 9 de dezembro de 2020 às 14h58.

As prefeituras de Belo Horizonte e de Curitiba anunciaram nesta semana que vão comprar lotes da vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo Butantan, em parceria com o laboratório chinês Sinovac. Uma possível corrida de governos locais pelo imunizante é vista com preocupação pela Frente Nacional dos Prefeitos.

“Não é razoável que algumas cidades e estados tenham que lançar mão de estratégias locais de aquisição de vacinas para proteger a população porque o governo federal procrastinou assunto tão importante. Imunizar os brasileiros é devolver ao povo a liberdade de conviver, a confiança de trabalhar e a possibilidade de sonhar”, diz uma nota da entidade que tem como presidente o prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB).

Assim que o governador João Doria (PSDB) anunciou na segunda-feira, 7, que iria reversar 4 milhões de doses da vacina contra a covid-19 do Butantan para outros estados e municípios, o prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM),  fechou um acordo com o governo paulista.

Ainda não há valores, nem mesmo quantidades, mas a capital paranaense reservou 20 milhões de reais. Disse ainda que só vai fechar a negociação após aprovação da vacina por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Nesta quarta-feira, 9, foi a vez de Belo Horizonte anunciar que também reservou um lote de vacina do Instituto Butantan. A capital mineira ainda fechou uma parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais, que colocou à disposição três super-freezers para armazenar a vacina da Pfizer, caso necessário. A vacina do laboratório dos Estados Unidos tem compra acertada por meio do Ministério da Saúde.

Assim como governadores, que reclamaram na terça-feira, 8, em reunião com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, prefeitos também estão preocupados com a falta de um Plano Nacional de Vacinação, que deveria ser feito pelo governo federal. Os chefes dos executivos municipais dizem que desta maneira a distribuição será de forma proporcional e igualitária entre os municípios brasileiros.

“Precisamos ter uma regra muito clara do que vai ser fornecido, como vai ser fornecido e quando vai ser fornecido. Porque se não for, a gente compra. Não estamos dizendo que a gente não quer participar ou fazer, só não queremos investir recursos públicos naquilo que vai ser fornecido pelo governo federal”, disse o prefeito reeleito de Florianópolis, Gean Loureiro (DEM), em reunião com outros prefeitos nesta quarta-feira.

O Ministério da Saúde tem um esboço de como será a campanha nacional, mas ainda espera a aprovação final da Anvisa para elaborar um cronograma. Nesta quarta-feira, Pazuello disse que a imunização pode começar de forma emergencial no fim de dezembro.

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