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Confronto marca protesto em Salvador

Confronto entre policiais e manifestantes na Estação da Lapa, em Salvador manchou a manifestação pacífica promovida, ao longo da tarde, pelo Movimento Passe Livre


	Cerca de 1,5 mil manifestantes, segundo a Polícia Militar, participaram do ato, caminhando pelos 2 quilômetros que separam a Praça do Campo Grande e a Prefeitura, no centro de Salvador
 (REUTERS/Valter Pontes)

Cerca de 1,5 mil manifestantes, segundo a Polícia Militar, participaram do ato, caminhando pelos 2 quilômetros que separam a Praça do Campo Grande e a Prefeitura, no centro de Salvador (REUTERS/Valter Pontes)

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Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2013 às 22h06.

Salvador - Um confronto entre policiais e manifestantes na Estação da Lapa, em Salvador, no início da noite desta quinta-feira, 27, manchou a manifestação pacífica promovida, ao longo da tarde, pelo Movimento Passe Livre na cidade.

Cerca de 1,5 mil manifestantes, segundo a Polícia Militar, participaram do ato, caminhando pelos 2 quilômetros que separam a Praça do Campo Grande e a Prefeitura, no centro da cidade.

O confronto começou por volta das 18h30, cerca de uma hora depois de as lideranças do movimento decidirem que a manifestação estava encerrada.

Segundo os organizadores, o ato foi concluído quando os objetivos principais do protesto - protocolar a pauta de 21 reivindicações para a mobilidade urbana da cidade na Prefeitura e agendar uma audiência pública sobre o tema - foram alcançados.

Parte dos manifestantes, então, deixou a frente da Prefeitura e foi para a estação, também no centro, para tentar promover o "passe livre" (entrada nos ônibus sem pagar). Os primeiros a chegar ao local até tentaram colaborar com o trânsito e na negociação com os motoristas, mas não tardou para que os problemas começassem a ser registrados.

Dois ônibus tiveram janelas quebradas por pedras. Logo depois, um pequeno tumulto foi formado após um homem ser assaltado, na estação. A entrada da estação foi bloqueada pelos manifestantes.

A polícia, então, interveio. Após a chegada do reforço da Tropa de Choque, os policiais lançaram bombas de gás lacrimogêneo para liberar os acessos e instalou barreiras para garantir o trânsito de veículos no local, em pleno horário de retorno dos trabalhadores da área para casa.

Os poucos manifestantes que ainda ficaram no local subiram nos becos do entorno da estação e passaram a lançar pedras e rojões contra os ônibus e os policiais, sem atingir os alvos. A PM reagiu disparando mais bombas. Os manifestantes responderam ateando fogo a contêineres de lixo.

Aos poucos, porém, o pequeno grupo que praticava atos de vandalismo foi se dispersando. Até a noite, não haviam sido registrados feridos no confronto, nem presos pela depredação.

Chuva

O protesto foi prejudicado pela chuva. A caminhada entre a Praça do Campo Grande e a prefeitura começou pouco antes das 15 horas. Cerca de 500 pessoas, das mais de 10 mil que haviam confirmado presença pelas redes sociais, estavam na praça no início da caminhada.

Ainda assim, temendo vandalismo, a maioria das lojas e agências bancárias da região fechou as portas depois das 14 horas - muitas instalaram tapumes de madeira para proteger as fachadas.

Os manifestantes esperavam se encontrar com o prefeito ACM Neto, mas a reunião não ocorreu. Neto não se dispôs a sair do prédio e pediu para que o grupo elegesse uma comissão para conversar no gabinete. O grupo não chegou a um acordo e a reunião foi cancelada.

O prefeito, então, convocou uma entrevista coletiva com os jornalistas que acompanhavam a marcha. Nela, anunciou que pelo menos duas das reivindicações serão atendidas imediatamente: a reativação do Conselho Municipal de Transporte e a divulgação da planilha de custos das contas das empresas que operam o sistema de transporte urbano.

Outras reivindicações, como o passe livre para estudantes e a estatização do sistema, foram vetadas pelo prefeito. Além disso, Neto reafirmou que a Prefeitura não tem recursos para determinar a redução da tarifa dos ônibus (R$ 2,80 desde junho do ano passado). De acordo com ele, isso "só seria possível com isenções do governo federal". A audiência com os manifestantes deve ocorrer na semana que vem.

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