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Corpo de Juliana Marins chega ao Rio seis dias após resgate na Indonésia

Família pediu novos exames para esclarecer possíveis falhas no resgate na Indonésia. Justiça brasileira autorizou nova perícia nesta tarde

Juliana Marins (Instagram/Reprodução)

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Agência o Globo
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Publicado em 1 de julho de 2025 às 20h39.

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O corpo de Juliana Marins, de 26 anos, que morreu durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, chegou ao Rio nesta terça-feira, em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB), que pousou na Base Aérea do Galeão, por volta das 19h40.

Um avião da Emirates fez o transporte até São Paulo, onde aterrissou por volta das 17h10, e a FAB fez o translado até o Rio. Agora, o corpo será levado para o Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, no Centro, para nova autópsia na manhã de quarta-feira.

Um acordo entre a Advocacia-Geral da União (AGU), a Defensoria Pública da União (DPU) e o governo estadual do Rio de Janeiro, prevê que a nova autópsia da quarta-feira, aconteça com a presença de representante da família e de um perito da Polícia Federal, após determinação da Justiça Federal.

A família solicitou uma nova perícia com o objetivo de confirmar o horário da morte e investigar se houve omissão no socorro prestado pelas autoridades indonésias. O pedido, feito pela Defensoria Pública da União (DPU), foi encaminhado à Justiça Federal. A decisão foi proferida em audiência realizada nesta tarde pela 7ª Vara Federal de Niterói.

"A certidão de óbito emitida pela Embaixada do Brasil, em Jacarta, se baseou em autópsia realizada pelas autoridades indonésias, mas não trouxe informações conclusivas sobre o momento exato do falecimento", diz a nota da Defensoria Pública da União (DPU).

Segundo a defensora Taísa Bittencourt, a realização do novo exame é fundamental para preservar elementos que possam esclarecer os fatos.

Entenda nova autópsia de Juliana Marins

Na segunda-feira, a família de Juliana Marins pediu, com a ajuda da Defensoria Pública da União (DPU-RJ), e da prefeitura de Niterói, uma nova autópsia do corpo da brasileira, para confirmação da data e horário da morte. A nova perícia tem objetido de apurar se houve omissão na prestação de socorro pelas autoridades indonésias.

— Com auxílio da GGIM da Prefeitura de Niterói, acionamos a Defensoria Pública da União (DPU-RJ), que imediatamente fez o pedido na Justiça Federal solicitando uma nova autópsia no caso da minha irmã, Juliana Marins. Acreditamos no Judiciário Federal brasileiro e esperamos uma decisão positiva nas próximas horas — disse a irmã de Juliana, Mariana Marins, ao GLOBO.

Ainda na segunda, a Defensoria Pública da União (DPU) confirmou que protocolou petição junto à Justiça Federal solicitando a realização de nova perícia médico-legal no corpo de Juliana Marins, em até seis horas a partir do desembarque do corpo em território brasileiro. O pedido foi apresentado durante o plantão judicial no domingo (29).

Por sorteio, ainda na segunda-feira, a 7ª Vara Federal de Niterói foi a escolhida para decidir, nesta terça-feira, em uma audiência marcada para as 15h. A audiência, de acordo com a Justiça Federal, foi convocada para discutir como viabilizar o pedido feito pela DPU.

A Polícia Federal também registrou disponibilidade para colaborar, por exemplo, com o traslado do corpo até o Instituto Médico Legal (IML) que for designado, caso seja essa a medida definida pelas instituições.

Mariana afirma ainda que a família não queria adiar por mais tempo a despedida de Juliana Marins; no entanto, as desconfianças geradas pela negligência no resgate levaram os parentes a exigirem nova autópsia, com o intuito de compreender o que aconteceu com a publicitária.

— A gente não tem certeza de muita coisa, porque foram muitos descasos. Não queríamos dar mais esse passo, mas infelizmente entendemos ser necessário para sabermos o que realmente aconteceu com a Juliana — afirma Mariana.

Quando Juliana Marins chega no Brasil?

O corpo de Juliana Marins será transportado de Dubai — conexão obrigatória na saida de Bali — para São Paulo nesta terça-feira. A informação foi confirmada pela companhia de aviação Emirates. A previsão, segundo a programação oficial da companhia, é de que Juliana chegue até 17h30 no Aeroporto de Guarulhos.

"A Emirates informa que, em coordenação com a família, novos preparativos foram feitos para o transporte do corpo de Juliana Marins, cidadã brasileira que faleceu na Indonésia. O corpo chegará em São Paulo no dia 1º de julho, diz a nota.

No domingo, a família havia informado que enfrentava dificuldade no processo de repatriação do corpo. Mariana Marins usou as redes sociais para cobrar a companhia aérea Emirates pelo atraso no traslado. De acordo com a irmã de Juliana, os restos mortais não foram embarcados sob a alegação de superlotação no bagageiro.

— O voo que traria Juliana já estava confirmado, estando tudo pago e acertado, sairia de Bali no domingo, às 19h45. Porém, misteriosamente, o bagageiro ficou “lotado”, e a Emirates disse que só traria Juliana em outro voo se fosse até São Paulo. Que não se responsabilizaria pela chegada dela ao Rio. Está muito difícil — lamentou no domingo Mariana Marins, ao GLOBO.

Segundo Manoel Marins, pai da turista brasileira, a Juliana só chegará no Rio na quarta-feira, por conta de um problema operacional. Inicialmente, o corpo de Juliana iria no mesmo voo no qual ele voou e chegou na tarde desta segunda-feira. Uma demora que aumenta o nervosismo da família neste momento.

— Fomos informados de que ela pegaria um voo que já saiu, em direção a Dubai. Depois, ficaria 27 horas em escala, mas não tivemos a confirmação do embarque dela. Isso gera uma agonia extra, mas vamos ter fé de que dará tudo certo — completa.

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