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Coronavírus: aeroportos do país têm alerta sonoro, mas não scanner térmico

Em nota, a Anvisa informou que o uso de scanners não é obrigatório nem é indicado como ação preventiva

Coronavírus: passageiro com sintomas será abordado antes do desembarque para a checar a situação (Tyrone Siu/Reuters)

Coronavírus: passageiro com sintomas será abordado antes do desembarque para a checar a situação (Tyrone Siu/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de janeiro de 2020 às 12h07.

Sorocaba — Passageiros que desembarcam nos principais aeroportos do Brasil já ouvem mensagens de alerta sobre o coronavírus, que já deixou 170 mortos na China e mais de 7,7 mil infectados pelo mundo.

As mensagens de um minuto de duração — em português, inglês e mandarim — informam sobre os sintomas da doença e as medidas para evitar a transmissão. Mas, diferentemente de terminais da Europa e dos Estados, não serão usados scanners térmicos para detectar passageiros com febre. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), esses aparelhos têm pouca efetividade para identificar casos suspeitos.

Nesta semana, os aeroportos de Roma e Milão, na Itália, passaram a usar aparelhos portáteis para medir a temperatura corporal dos passageiros que lá desembarcam. Nos Estados Unidos, onde essa tecnologia já é mais comum, equipamentos do tipo têm sido usados em algumas cidades desde a semana passada.

O scanner é um instrumento portátil com uma tela que, com o auxílio de sensores eletrônicos, muda de cor de azul para vermelho em caso de febre. A cor muda quando a temperatura do corpo excede 37,5° C. Nesse caso, o alerta é acionado, e o passageiro é confiado ao sistema de saúde para uma possível quarentena.

Às vezes, é preciso que cada passageiro fique na frente do scanner por alguns segundos para verificar a temperatura, mas as máquinas mais sofisticadas conseguem acionar seus sensores mesmo na multidão, para acelerar também os procedimentos de controle.

Em nota, a Anvisa informou que o uso de scanners não é obrigatório nem é indicado como ação preventiva, já que sua efetividade é baixa na detecção dos casos. "Isso ocorre porque os casos em que a pessoa não está manifestando os sintomas não são captados pelo scanner."

Segundo a agência, o foco da ação nos aeroportos é garantir a adoção de medidas preventivas para a comunidade aeroportuária, fazer com que os procedimentos de desinfecção e limpeza das aeronaves sejam realizados corretamente e encaminhar os casos de pessoas que estejam manifestando sintomas.

A orientação passada pela Anvisa aos aeroportos é para que os órgãos sanitários sejam notificados imediatamente em caso de suspeita - pessoas que estão em vias de desembarque e apresentam sintomas como tosse, febre e dificuldade para respirar. No caso dos passageiros a bordo, os tripulantes foram orientados a informar o comandante do voo se houver suspeita. Este, por sua vez, fará contato com a torre de controle do aeroporto, que acionará a Anvisa.

O passageiro com sintomas será abordado antes do desembarque para a checar a situação. A Anvisa aciona o serviço médico do aeroporto e a vigilância sanitária do município e a equipe vai a bordo para avaliar o paciente.

Se o médico descartar o caso, o desembarque dos passageiros é liberado. Caso a suspeita seja mantida, o passageiro doente é removido para um hospital de referência. Os demais passageiros são entrevistados pela vigilância epidemiológica para que possam ser monitorados. A aeronave passa por desinfecção, inclusive dos efluentes.

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