Lava-rápido: preço de serviços em alta pressiona as expectativas inflacionárias (Lia Lubambo/EXAME)
Da Redação
Publicado em 7 de dezembro de 2010 às 15h15.
São Paulo - A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que começa na terça (7) e termina na quarta (8), não deve alterar a taxa básica de juros, atualmente em 10,75% ao ano. Porém, uma alta da Selic é provável em março.
A avaliação é do economista da Tendências Consultoria André Sacconato, que participou nesta segunda-feira (6) do programa “Momento da Economia”, na Rádio EXAME.
As medidas de restrição ao crédito anunciadas na sexta-feira passada (3) tiraram a pressão por um aperto de juros imediato, mas não eliminaram os riscos inflacionários. “Nós temos um estudo aqui na Tendências que mostra que esse tipo de política monetária (elevação de compulsório) não substitui a taxa de juros. Certamente o Banco Central elevará a Selic em março, pois a inflação está pressionada principalmente em serviços”, diz Sacconato.
O economista diz que o Banco Central tem se baseado em três argumentos para não elevar os juros: crescimento mundial menor, meta fiscal cheia e um salário mínimo com aumento real zero. “Até janeiro, só teremos a confirmação do valor do salário mínimo. Se o governo conseguir o valor de R$ 540 (aumento real zero), o Copom poderá até adiar novamente a alta dos juros. Porém, nós, aqui na Tendências, não acreditamos no cumprimento da meta cheia do superávit primário.”
Na entrevista, André Sacconato comenta o efeito que o IGP-M acima de 10% terá na inflação em 2011 e avalia o impacto na taxa de juros da decisão “precipitada” do Banco Central de interromper o aperto monetário.
Para ouvir a entrevista, clique na imagem abaixo: