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Copa traz euforia e deixa saudade em SP

Depois de um mês em que São Paulo foi tomada por cores e línguas de diferentes nações e quase tudo era motivo de festa, os paulistanos já sentem saudade da Copa


	Esquina entre as ruas Mourato Coelho e Aspicuelta na Vila Madalena - brasileiros e estrangeiros tomaram o local
 (Kelsen Fernandes/ Fotos Públicas)

Esquina entre as ruas Mourato Coelho e Aspicuelta na Vila Madalena - brasileiros e estrangeiros tomaram o local (Kelsen Fernandes/ Fotos Públicas)

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Da Redação

Publicado em 13 de julho de 2014 às 10h01.

São Paulo - Depois de um mês em que São Paulo foi tomada por cores e línguas de diferentes nações, torcedores puxaram papo, abraçaram e tiraram fotos com estranhos, rostos foram pintados e quase tudo era motivo de festa, os paulistanos já sentem saudade da Copa. Apesar da eliminação da seleção brasileira e do último jogo na cidade ter acontecido na quarta-feira, é a partir de amanhã que a rotina vai ser retomada de vez e a atmosfera do Mundial deve ir embora na mala dos turistas.

"Passou muito rápido, e esse foi um mês de muitas risadas. Eu pude conhecer gente até de Malta, um país que mal tinha ouvido falar", disse já nostálgico o garçom Leandro Nascimento, de 32 anos, que trabalha em um box do Mercadão, no centro da cidade - um dos pontos turísticos mais visitados pelos estrangeiros durante a Copa.

Ele conta que houve fatos curiosos durante o Mundial como um grupo de austríacos que queriam porque queriam levar de recordação canudinhos verdes e amarelos. "Nossa, na hora foi muito inesperado e engraçado eles buscando esses canudos", ria Nascimento.

O vendedor de frutas Marcus Vinicius, de 21 anos, disse que a festa vai deixar saudades, mas não as vendas. "Eles queriam tirar mais foto do que comprar. E eu brincava dizendo: 'Ei, gringo, a foto é R$ 5'", conta o vendedor.

A 15 minutos dali, na Estação da Luz, de onde partiam os trens expressos que levavam os torcedores ao Itaquerão, o cenário durante a Copa foi bem diferente do habitual. Funcionários e passageiros da CPTM conviveram com fantasias, cantorias e muita animação, principalmente, nos dias de jogos.

"Estou com medo da segunda-feira", brincou o segurança Alexandre William Magalhães, de 40 anos, enquanto filmava centenas de holandeses que cantavam e dançavam na frente da estação na quarta-feira passada. "Vamos sentir falta dessa euforia", disse Magalhães que, mesmo trabalhando, não hesitou em tirar uma selfie com o mar laranja de torcedores.

"Essa animação do povo brasileiro vai fazer falta, assim como as churrascarias", também brinca o turista holandês Dennis Ensing, de 24 anos. Ele fez parte do mar de estrangeiros que lotou as plataformas da Luz a caminho do estádio e trouxe euforia para o trajeto entre o centro e Itaquera, na zona leste.

E é justamente dessa euforia que o maquinista da CPTM Johnnatan Miranda, de 23 anos, vai sentir mais falta de agora em diante. Ele conduziu alguns trens do Expresso Copa e disse que a vibração dos torcedores foi contagiante. "Os trens estavam cheios de pessoas fantasiadas, pulando e cantando. Agora voltam os passageiros estressados, correndo para pegar o trem para o trabalho", lamenta o maquinista.

A professora Ana Carla Schmatz, de 34 anos, que passa na estação todos os dias, já estranhou o movimento calmo de anteontem. "Acho que vai demorar até que a gente se acostume em não estar mais recebendo um evento para o qual os olhos do mundo inteiro se voltaram", disse ela. No Shopping Metrô Itaquera, que ficou lotado de turistas nos dias de jogos, a gerente de um quiosque de fotos também temia a volta da rotina.

"Foram dias muito animados e vamos sentir bastante falta dessa movimentação. Toda hora o pessoal vinha conversar e tirar foto. Foi uma troca de cultura bem bacana", disse Daiane Oliveira, de 19 anos. Inesquecível. Marcio Morais, de 38 anos, foi a todos os jogos que aconteceram no Itaquerão, mas não assistiu a nenhuma partida sequer. Ele trabalhou como "steward", profissional que faz a segurança interna dos estádios. De costas para o campo, mas atento a cada movimento dos torcedores, Morais mantinha a calça preta, o coturno e o colete alaranjado, independente da cor da torcida que lotava as arquibancadas.

"Eu conseguia sentir a vibração das pessoas de muito perto", disse o segurança. "Além do momento do gol, tinha o 'quase gol' que também era muito emocionante." Nesta semana, ele deve voltar a trabalhar em shoppings, hospitais e bancos, onde costuma ser alocado. "Nunca tinha imaginado trabalhar em uma Copa do Mundo. Este evento certamente vai deixar muita saudade." Amanhã, a rotina da cidade, assim como a de Morais, vai ser retomada, mas não há como esquecer a atmosfera de festa e confraternização que contagiou turistas e paulistanos no mês do Mundial. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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