Brasil

Copa foi sucesso e projetou o Brasil, diz Gilberto Carvalho

Copa cumpriu expectativas e serviu para melhorar a infraestrutura e a imagem do país, segundo o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República


	Gilberto Carvalho: "estamos ao mesmo tempo satisfeitos e aliviados com a Copa"
 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Gilberto Carvalho: "estamos ao mesmo tempo satisfeitos e aliviados com a Copa" (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2014 às 14h43.

Rio de Janeiro - A Copa do Mundo cumpriu de forma satisfatória as expectativas do governo de Dilma Rousseff e serviu para melhorar a infraestrutura e a imagem do país no exterior, segundo Gilberto Carvalho, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República.

"A quatro dias da final posso dizer que estamos ao mesmo tempo satisfeitos e aliviados com a Copa. Satisfeitos porque tudo ocorreu dentro do previsto e aliviados porque a pressão que sofremos no país foi enorme", disse Carvalho em entrevista à Agência Efe ao fazer referência aos temores que surgiram antes do Mundial em razão das obras atrasadas e das ameaças de grandes protestos.

"Várias autoridades e pessoas que gostamos, como (o ex-jogador) Ronaldo, chegaram a dizer que o Brasil passaria vergonha. Tivemos convicção que não aconteceria nada porque trabalhamos muito para que tudo estivesse pronto a tempo", afirmou.

Segundo Carvalho, a experiência do Brasil na organização de grandes eventos como a cúpula Rio+20, a Jornada Mundial da Juventude e a Copa das Confederações foi vital para garantir o sucesso da organização do Mundial e "mostrar ao mundo que a nação se desenvolve em uma cultura de paz".

O ministro mostrou seu alívio pela menor ocorrência de manifestações nos primeiros dias do torneio, que, segundo sua opinião, "transcorreram com normalidade" e quebraram as expectativas de vários sociólogos e meios de comunicação que previram uma repetição dos grandes protestos que sacudiram o país durante a Copa das Confederações do ano passado.

"Compreendemos que os motoristas de ônibus, os ativistas do Movimento dos Sem-Terra e outros coletivos organizassem manifestações dias antes da Copa para apresentar reivindicações justas", declarou Carvalho, que também admitiu que "a situação é muito difícil e não temos uma solução clara" para os problemas de violência relacionados com a corrupção policial e o tráfico.

"A violência policial é uma herança da ditadura. É muito difícil mudar isso, mas vamos mudar", afirmou o ministro após admitir que a violência da polícia e de alguns grupos de manifestantes desanima os cidadãos a expressar-se na rua.

Carvalho, principal porta-voz do governo nas conversas que os coletivos sociais têm com Dilma, desmentiu o número de 250 mil deslocados pelas obras de infraestrutura da Copa com o qual trabalham vários grupos.

De acordo com dados do governo, as obras para receber o evento esportivo e atualizar a rede de transporte brasileira "deslocaram 35 mil pessoas às quais o governo está prestando assistência", disse.

O ministro também negou que a derrota da seleção brasileira perante a Alemanha possa afetar o resultado das eleições presidenciais de outubro próximo. "Os temas do debate (eleitoral) não serão sobre a Copa, nem para bem nem para mal", opinou.

O ministro lamentou na entrevista, em nome do governo, a morte de nove operários na construção de estádios e de duas pessoas após a queda de um viaduto que era construído em Belo Horizonte para a Copa.

"O turista não teve contato com o Brasil real, nem para bem nem para mal", acrescentou.

Perguntado sobre o impacto do Mundial na economia brasileira, que o governo calcula em US$ 13 bilhões, Carvalho destacou que o torneio "permitiu estimular algumas das áreas mais carentes, como o nordeste, e a cidade de Manaus, assim como a infraestrutura de mobilidade urbana", mas salientou que "o momento (econômico) atual é muito duro".

Segundo o ministro, o atual esfriamento econômico do Brasil "está muito relacionado" com a situação na Europa, Estados Unidos, China e Argentina.

"Não temos um remédio mágico (para a economia) um mês antes das eleições. Somos conscientes das dificuldades, da conjuntura internacional, do problema com o setor elétrico", assegurou Carvalho, para quem "o fortalecimento do mercado interno do Brasil nos últimos anos está permitindo que não soframos demais em matéria de emprego e salário mínimo".

Para Gilberto Carvalho, o governo brasileiro ainda tem muito jogo pela frente. "Neste país enfrentamos uma Copa a cada dia: a da violência, do narcotráfico, do desemprego, da mobilidade urbana...". 

Acompanhe tudo sobre:Governo Dilmaeconomia-brasileiraEsportesFutebolCopa do Mundo

Mais de Brasil

'As únicas vítimas foram os policiais', diz Castro sobre megaoperação

'Governador deveria nos ajudar', diz Haddad sobre combate ao crime

Após megaoperação, moradores levam corpos para praça no Rio

Entenda a crise do Rio de Janeiro em quatro pontos