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Copa em São Paulo teve protestos e trânsito lento

A capital paulista viveu o clima da Copa nos últimos nove dias, onde foram registrados protestos, congestionamentos e alguns tumultos


	Torcida chega ao Itaquerão: muitos usuários enfrentaram tumulto e lotação no transporte público
 (Guilherme Dearo/Exame.com)

Torcida chega ao Itaquerão: muitos usuários enfrentaram tumulto e lotação no transporte público (Guilherme Dearo/Exame.com)

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Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2014 às 12h35.

São Paulo - A cidade de São Paulo viveu o clima de Copa do Mundo durante os últimos nove dias.

Entre protestos, congestionamentos e pequenos tumultos, o saldo da realização do Mundial na capital paulista ainda é positivo.

Como principais pontos de concentração de turistas estrangeiros e brasileiros, além da Arena Corinthians, o Itaquerão os torcedores da cidade puderam assistir aos jogos no Vale do Anhangabaú, centro de São Paulo, durante a Fifa Fan Fest, e em outros três locais da periferia da cidade, onde foram montados telões: em Perus, na zona norte, em São Miguel Paulista, na zona leste, e em Campo Limpo, na zona sul.

No jogo de abertura do Mundial, na quinta-feira (12), cerca de 30 mil torcedores se concentraram no Vale do Anhangabaú, para a transmissão do jogo do Brasil contra a Croácia.

A média de público durante o segundo jogo que ocorreu na capital, do Uruguai e da Inglaterra, na Fifa Fan Fest, foi de quase 19 mil pessoas.

Nos outros três locais de exibição, 7,5 mil pessoas acompanharam o jogo de abertura.

Na terça-feira (17), o clima de tranquilidade foi quebrado após a exibição do jogo entre o Brasil e o México por conta de uma confusão na saída do público.

Algumas pessoas tentaram pular a grade e invadir o local para acompanhar o show, mas foram impedidas de entrar por policiais, o que gerou o tumulto.

Após a confusão, 41 pessoas foram atendidas pelos postos médicos da Fan Fest.Nenhuma dessas ocorrências teve ligação com o tumulto.

Foram registrados 31 casos clínicos (problemas relacionados à pressão arterial ou dor de cabeça) e dez por traumas (batidas ou escoriações).

Durante os outros dias do evento, não houveram grandes incidentes.

Na abertura do jogo, as equipes de saúde da Fan Fest fizeram 121 atendimentos, com quatro remoções.

Dentro do estádio, as equipes médicas contratadas pela Fifa receberam 150 pessoas e fizeram três remoções.

No entorno da Arena, o Samu atendeu 17 pessoas, sendo que três foram removidas.

No total, foram feitos 288 atendimentos, nenhum caso grave.

Já na quinta-feira (19), o Centro Integrado de Operações Conjuntas em Saúde registrou 110 atendimentos dentro e no entorno do estádio e 13 nos três postos na Fifa Fan Fest.

Na área da segurança, no primeiro jogo houve confronto entre manifestantes e policiais militares em dois pontos da zona leste – imediações das estações Carrão e Tatuapé do metrô. 

No total, segundo a Polícia Militar, pelo menos 31 pessoas foram detidas.

O ato Sem Direitos Não Vai Ter Copa teve início, na estação Carrão do metrô por volta das 10h e só se dispersou seis horas depois.


Na quinta-feira (19), quando a capital recebeu o jogo entre o Uruguai e a Inglaterra, 14 pessoas foram detidas no Vale do Anhangabaú, próximo à Fifa Fan Fest, após acenderem rojões em um bar da Avenida São João onde havia uma concentração de torcedores, na maior parte, ingleses.

O barulho provocou tumulto, mas ninguém ficou ferido.

Com os detidos, foram apreendidos seis rojões, um soco inglês, um punhal e um protetor bucal, usado por lutadores.

Nesse mesmo dia, à noite, uma manifestação do Movimento Passe Livre (MPL) fechou todas as faixas da Marginal Pinheiros, no sentido da Rodovia Castello Branco.

O movimento reivindica tarifa zero no transporte público do município.

Os manifestantes queimaram catracas feitas de papelão.

Pessoas mascaradas depredaram carros e atiraram rojões em direção a viaturas da Polícia Militar (PM) em ruas do bairro Pinheiros, na zona oeste.

Segundo a São Paulo Turismo (SPTuris), as Centrais de Informação ao Turista instaladas em vários pontos da capital auxiliaram, nos três dias que antecederam a abertura da Copa, 580 turistas, sendo 90% deles estrangeiros.

Na segunda semana de Copa, foram realizados 353 atendimentos, sendo 55% para turistas estrangeiros.

A rede hoteleria da cidade, que conta com 410 hotéis e 42 mil quartos, atingiu, na abertura da Copa, 80% da capacidade de ocupação.

O movimento em restaurantes e bares da Bela Vista, Jardins e Pinheiros aumentou 93%.

O Centro Aberto de Mídia, voltado para jornalistas, recebeu 200 profissionais, a capacidade máxima do local.

A ida ao estádio para os jogos foi feita principalmente por meio do Expresso Copa – linha de trem criada para o Mundial – e do metrô.

A reportagem da Agência Brasil foi, no dia da abertura, ao estádio junto com os torcedores que optaram pela linha especial.

O percurso da Estação Luz, no centro, até a zona leste foi feito em aproximadamente 20 minutos.

Embora os vagões estivessem cheios, com idosos em pé, o transporte ocorreu sem problemas.

De acordo com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), foram cerca de 27,5 mil embarques e desembarques no dia da abertura dos jogos. O grande número de torcedores que saía da estação, já na chegada do setor leste do estádio, provocou um acúmulo de pessoas e obrigou a multidão a seguir em passos lentos até a arena.

Naquele dia, o fechamento de duas estações de metrô da Linha 3 – Vermelha (Palmeiras/Barra Funda – Corinthians/Itaquera) em razão de protesto de grupos contra a realização da Copa do Mundo não atrapalhou o deslocamento dos torcedores.

Foram fechadas, por volta das 13h40, as estações Carrão e Tatuapé, região onde se concentraram os manifestantes.

Elas ficaram bloqueadas por aproximadamente duas horas e meia, quando a Tropa de Choque utilizou bombas de efeito moral e cassetetes para dispersar o grupo que estava no metrô Tatuapé.

Em relação aos outros dias de Copa, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, responsável pelo Expresso Copa, informou que as operações transcorreram sem problemas.

A operação foi normal e o torcedor consegue chegar sem confusão ao Arena Corinthians.

Já quem optou pelo transporte individual sofreu, pelo menos na terça-feira (17).

Os paulistanos tiveram que enfrentar grande congestionamento no retorno para casa, antes da partida entre o Brasil e o México, às 16h.

Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), foram registrados 302 quilômetros de engarrafamentos, seis vezes mais do que a média para o horário.

O recorde histórico de congestionamento da cidade é 344 quilômetros às 19h.

Nas estações do metrô e de trens, o movimento também foi intenso, muitos usuários enfrentaram tumulto e lotação.

Para o jogo entre Brasil e Camarões, na segunda-feira (23), a prefeitura tentou decretar feriado municipal, de forma a evitar estes transtornos no trânsito.

O pedido não foi aprovado na Câmara de Vereadores, por falta de quorum.

Outras medidas para diminuir o fluxo de veículos serão adotadas como o prolongamento do horário do rodízio de veículos, de 7h até 20h, e ponto facultativo para o funcionalismo público (exceto serviços essenciais).

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