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Copa e Olimpíadas estimulam mercado imobiliário brasileiro

A cidade do Rio de Janeiro lidera a alta de preços no setor, que deve se manter até a realização dos dois eventos esportivos

Vista de Leblon e Ipanema: alta dos imóveis chega até a 355% em dois anos na região  (Jeff Belmonte/Wikimedia Commons)

Vista de Leblon e Ipanema: alta dos imóveis chega até a 355% em dois anos na região (Jeff Belmonte/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2011 às 16h15.

Rio de Janeiro - A proximidade da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016 deve manter em alta o mercado imobiliário do Brasil, que vive uma alta dos preços de venda e aluguel de seus imóveis.

A escalada de preços afetou as grandes cidades de todo o país, mas, principalmente, o Rio de Janeiro, que sediará os Jogos Olímpicos, e onde o preço dos imóveis à venda dobrou em alguns bairros, enquanto os aluguéis subiram em até 159% em 2010, segundo dados da associação de imobiliárias Secovi.

"Os preços dos apartamentos vão continuar subindo no Rio, embora não na mesma proporção do último ano", disse à Agência Efe a vice-presidente financeira da Secovi Rio, Maria Teresa Mendonça.

Um dos principais fatores que também explicam esta escalada de preços é a nova política de segurança adotada pelo governo do estado Rio de Janeiro de pacificar as favelas.

Segundo a Secovi, na Tijuca o preço dos imóveis subiu rapidamente, inclusive antes de a Polícia tomar o controle de favelas do bairro.

A alta dos preços é ainda maior em bairros da zona sul como Ipanema e Leblon, onde os apartamentos de quatro quartos custam 355% a mais que há dois anos.

No caso desses bairros, a Secovi acredita que também influiu a recente implantação de numerosas empresas do setor petrolífero no Rio de Janeiro, que estão dispostas a pagar caro por um escritório.

As empresas petrolíferas reaqueceram o mercado de vendas de escritórios, que registrou alta de 53% em 2010, enquanto neste ano são esperados aumentos ainda maiores.

Segundo agentes imobiliários, o problema se vê agravado porque há uma crescente demanda e uma oferta quase nula de escritórios.

No entanto, os analistas acreditam que a partir de agora o fenômeno será registrado principalmente nas áreas que vão receber melhores infraestruturas por causa dos Jogos Olímpicos.

A escalada de preços não é um fenômeno exclusivo do Rio de Janeiro e afeta todo o Brasil, segundo a Associação brasileira das entidades de crédito imobiliário e poupança (Abecip).

A Abecip calcula que o volume de créditos contratados para a compra de imóveis se multiplicou por seis nos últimos quatro anos em todo Brasil.

No último ano, os bancos concederam créditos imobiliários por R$ 58 bilhões, o que representou um aumento de 66% com relação ao ano anterior, segundo a Abecip.

Os motivos para esta melhoria são claros: o aumento da renda média dos brasileiros e a baixa relativa das taxas de juros, o que permitiu a expansão do mercado creditício.

"As letras (dos empréstimos) são mais baixas e os bancos alargaram os prazos de financiamento de dez para 30 anos. Isso ocorreu nos últimos três anos", analisou o presidente da Abecip, Luiz Antônio França.

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