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Coordenador de assuntos olímpicos assume PM do Rio

Dois episódios de suspeita de abuso sexual em favelas com Unidades de Polícia Pacificadora durante o Natal também ganharam repercussão


	Polícia Militar: o novo comandante não discursou nem concedeu entrevistas à imprensa
 (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Polícia Militar: o novo comandante não discursou nem concedeu entrevistas à imprensa (Tomaz Silva/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 4 de janeiro de 2016 às 15h04.

O coordenador especial de assuntos olímpicos da Polícia Militar do Rio de Janeiro, coronel Edison Duarte dos Santos Júnior, assumiu hoje (4) o comando da coorporação, substituindo o coronel Alberto Pinheiro Neto.

A cerimônia foi realizada no Batalhão de Choque, no centro do Rio.

Ao se despedir do posto, o militar afirmou que assumiu a PM em circunstâncias particularmente difíceis e que o desafio que se coloca é modernizar de forma inteligente, econômica e viável a instituição.

O novo comandante não discursou nem concedeu entrevistas à imprensa.

Edison Duarte dos Santos planejou o policiamento da Copa das Confederações e da Copa do Mundo e era responsável por conduzir as ações de planejamento da PM para os Jogos Olímpicos.

Denúncias e investigações

No mês de dezembro, a Polícia Militar do Rio de Janeiro teve militares de sua tropa de elite presos por acusação de receber propina e negociar armas com o crime organizado.

Além disso, oficiais da corporação também foram presos sob suspeita de participarem de um esquema de corrupção que envolvia recursos do Fundo da Saúde da Polícia Militar.

Dois episódios de suspeita de abuso sexual em favelas com Unidades de Polícia Pacificadora durante o Natal também ganharam repercussão.

Na Rocinha, uma moradora acusa dois PMs de estupro e, no Morro Santo Amaro, quatro jovens com idades entre 13 e 23 anos denunciaram ter sido abusados e torturados por um grupo de oito policiais. Os casos estão sendo investigados.

Ainda no mês passado, policiais militares vítimas de violência foram homenageados com fotos e nomes expostos na Praia de Copacabana.

A ONG Rio de Paz, que promoveu o ato, pedia melhoria das condições de trabalho dos policiais, amparo aos familiares daqueles que foram assassinados e socorro aos agentes que foram feridos no exercício da profissão.

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, participou da cerimômia e declarou que a segurança pública continuará sendo a área prioritária de seu governo, apesar dos cortes de gastos previstos para 2016. Segundo Pezão, a segurança recebeu quase três vezes mais recursos que a saúde em 2015, o que pode se repetir em 2016.

"Continua a ser a nossa prioridade. Não tem desenvolvimento econômico, não tem atração de investimentos se a gente não cuidar da segurança pública.

Esse estado já aprendeu e já perdeu muito por colocar a segurança pública em segundo plano", argumentou Pezão.

"Fizemos muitos cortes no orçamento de 2015 para preservar principalmente o orçamento da segurança pública".

Saúde pública

No fim de 2015, a rede estadual de saúde mergulhou em uma crise que chegou a fechar grandes emergências de hospitais por falta de recursos.

O governador afirmou hoje que os recursos que o estado recebe para procedimentos de média e alta complexidade, por exemplo, são "irrisórios" e que está trabalhando em uma repactuação com prefeituras e governo federal para racionalizar os custos.

"Recebemos muito pouco pelo que a gente presta de serviço", disse ele, que afirmou que mais verba será liberada pelo governo federal até o próximo dia 10.

Entre as medidas que estão sendo estudadas pelo governo do estado para reduzir custos está concentrar secretarias e órgãos estaduais em um centro administrativo.

Segundo Pezão, o estado gasta anualmente R$ 80 milhões com aluguéis, o que poderia cair à metade com essa medida.

"Estamos fazendo as contas. Estamos vendo três prédios", adiantou.

Entre os pontos que destacou em seu discurso, Pezão apontou a necessidade de uma grande mobilização para uma nova campanha pelo desarmamento.

"Tenho falado com líderes religiosos de diversas denominações e lideranças comunitárias. Quero começar um grande debate, para a gente ver qual é a melhor forma de fazer uma grande campanha de desarmamento".

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