Agripino Maia: "pessimismo na economia é real e prejudica o país. A culpa é do governo" (Renata Santana de Oliveira/Agência Senado)
Da Redação
Publicado em 29 de julho de 2014 às 17h41.
Brasília - O coordenador-geral da campanha de Aécio Neves à Presidência da República, Agripino Maia (DEM-RN), culpou nesta terça-feira, 29, o governo Dilma Rousseff pela situação de vulnerabilidade econômica apontada em relatório do Fundo Monetário Internacional, divulgado hoje.
Um estudo do FMI inclui o Brasil num seleto grupo de sete mercados emergentes que mais podem sentir as mudanças da economia mundial.
"O pessimismo na economia é real e ele prejudica um país. A culpa é do governo e é indelegável", afirmou Agripino, que é presidente do Democratas e para quem o documento do FMI revela mais uma vez a "perda de confiança" do país em nível mundial.
"Ou o Brasil muda o governo e readquire confiança ou vai cair para a 25ª economia do mundo", completou.
Para Agripino Maia, o direito de opinião do FMI tem de ser preservado, ao contrário do que ocorreu no episódio do texto produzido pelo Santander na semana passada.
O texto dos analistas do banco mencionava que a queda da presidente Dilma Rousseff nas intenções de voto levaria a uma melhora econômica do país. Após a revelação do episódio, a instituição financeira pediu desculpas e disse que o texto não representa a opinião do banco e, sim, de analistas.
"O direito de opinião tem que ser respeitado e não demonizado. Quero ver se o que a FMI vai ser demonizado ou não? É uma mera opinião (do FMI) que tem que ser considerada", afirmou.
O coordenador da campanha de Aécio disse que o governo erra, insiste no erro e também insiste que não estão errados.
Para o deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB), ex-secretário de Fazenda do Paraná, o relatório do FMI enfraquece o discurso do governo de que os problemas da economia brasileira são resultado de um cenário internacional instável.
"O sentimento nacional é de perda de poder aquisitivo e o governo está perdido", disse. "As análises (do FMI) confirmam algo que já era sabido".
Hauly disse que o cenário identificado pelo Fundo Monetário se deve à forma como a política econômica é conduzida pelo governo, citando entre outros pontos os investimentos insuficientes em portos e estradas, além da industrialização do país.
"Para cada dólar exportado estão entrando dois. O governo não tem competência para controlar a inflação, e o gasto público tem aumentado acima do crescimento da arrecadação".