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Contra "exploração eleitoral", Moro posterga interrogatório de Lula

As audiências estavam marcadas para datas entre 27 de agosto e 11 de setembro. Os interrogatórios agora devem ocorrer entre 5 e 14 de novembro.

Lula: O PT vai protocolar nesta quarta-feira, 15, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o registro da sexta candidatura de Lula à Presidência (Ueslei Marcelino/Reuters)

Lula: O PT vai protocolar nesta quarta-feira, 15, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o registro da sexta candidatura de Lula à Presidência (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de agosto de 2018 às 14h07.

São Paulo - O juiz federal Sérgio Moro decidiu nesta quarta-feira, 15, mudar a data do interrogatório do ex-presidente Lula e de outros 12 réus na ação do sítio de Atibaia. O magistrado da Operação Lava Jato afirmou que a alteração das audiências tem por objetivo "evitar a exploração eleitoral dos interrogatórios".

As audiências estavam marcadas para datas entre 27 de agosto e 11 de setembro. Os interrogatórios agora devem ocorrer entre 5 e 14 de novembro.

Em seu despacho, Moro não cita o ex-presidente nominalmente, mas a ele se refere.

"Um dos acusados foi condenado por corrupção e lavagem na ação penal 5046512-94.2016.4.04.7000 e encontra-se preso por ordem do Egrégio Tribunal Regional Federal da 4ª Região, tendo a medida sido mantida pelos Tribunais Superiores", afirmou Moro, em alusão ao processo do triplex do Guarujá, que levou à condenação do petista a uma pena de 12 anos e um mês de reclusão. "Apesar disso, o acusado apresenta-se como candidato à Presidência da República. Caberá ao Egrégio Tribunal Superior Eleitoral decidir a respeito."

O magistrado prosseguiu: "A fim de evitar a exploração eleitoral dos interrogatórios, seja qual for a perspectiva, reputo oportuno redesignar as audiências."

O PT vai protocolar nesta quarta-feira, 15, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o registro da sexta candidatura de Lula à Presidência com uma grande manifestação popular em Brasília, ao mesmo tempo em que já prepara a substituição do ex-presidente.

A estratégia de manter a candidatura de Lula - sentenciado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro na ação do triplex do Guarujá - já foi criticada por ministros do TSE e do Supremo Tribunal Federal, aos quais caberia o julgamento de eventuais recursos. A presidente do STF, Cármen Lúcia, afirmou nesta segunda-feira, 13, que a Lei da Ficha Limpa é uma conquista da sociedade.

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