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Contra enchentes, Doria quer mudar horário da coleta de lixo

Ideia é recolher o lixo mais cedo nos bairros, antes do fim da tarde, quando as pancadas de chuva normalmente ocorrem

João Doria: prefeito eleito quer manter o aterro sanitário aberto aos fins de semana para receber lixo (Divulgação/Divulgação)

João Doria: prefeito eleito quer manter o aterro sanitário aberto aos fins de semana para receber lixo (Divulgação/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de dezembro de 2016 às 14h37.

São Paulo - O prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou na manhã desta quarta-feira, 28, planos de ações para conter os efeitos das chuvas de verão a partir do início da sua gestão, na semana que vem.

Uma das propostas é mudar o horário da coleta de lixo doméstico nas ruas das cidade, antecipando a retirada dos sacos para antes das chuvas, que costumam ocorrer no fim da tarde.

Os horários exatos, no entanto, ainda não estão definidos. Outra mudança seria manter aberto o aterro sanitário da cidade aos fins de semana, para facilitar a retirada dos resíduos.

Doria anunciou ainda parceria com o governo do Estado, administrado por seu padrinho político,Geraldo Alckmin (PSDB), para utilizar a estrutura do Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR), sala herdada da Copa do Mundo e estruturada para integrar diferentes agências públicas - como Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, AES Eletropaulo, SPTrans, Metrô, CPTM e as polícias - para abrigar o centro de ações de emergência da Prefeitura durante o período de chuvas.

"O foco das ações é na prevenção", disse o futuro secretário de Segurança Urbana, José Roberto Rodrigues. Essas ações incluem limpeza prévia de áreas que poderão ser alvo de alagamentos, distribuição de kits para famílias atingidas e até a remoção antecipada de famílias em situação de risco, no caso de imóveis já mapeados em São Mateus, na zona leste.

A equipe de Doria fez também críticas à gestão do atual prefeito, Fernando Haddad (PT). O secretário adjunto da futura Secretaria de Coordenação das Prefeituras Regionais, Fabio Lepique,disse que avaliou a situação das equipes de zeladoria e que "a notícia não é boa".

"A média histórica, dos últimos cinco anos, era de 10 mil pessoas de pavimentação viária, os Tapa-Buracos. Agora é de 8.600 pessoas. Eram 800 equipes, agora são 350. Na conservação de áreas verdes, a poda de mato, eram 120 equipes. Agora são 35. Eram 1.200 pessoas, agora são 420. Na remoção de árvores, eram 900 equipes, hoje são 400", disse o adjunto, que informou ter coletado esses dados com as prestadoras de serviços subcontratadas pela Prefeitura.

Ao prometer tentar ampliar esses quadros, Doria foi confrontado com outro anúncio já feito por ele, de um corte linear de 15% nos contratos públicos, o que tornaria difícil a ampliação de pessoal.

"Vamos ter um corte linear de 15% e comunicamos todas as empresas. No bom entendimento com as empresas, ficou muito claro que não haverá interrupção de serviço. Pelo contrário, haverá melhoria da eficiência", disse Doria.

Reciclagem

As propostas contra enchentes do prefeito eleito reciclam promessas já feitas à população para conter diferentes transtornos relacionados às tempestades de verão.

Ao tratar do Jardim Pantanal, na zona leste, área que sofre severos alagamentos no verão, as propostas informadas foram a construção de um sistema de polderes e bombas de drenagem, anunciados pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) há mais de um ano.

No caso da macrodrenagem, a gestão citou a construção de 20 novos piscinões. Essas estruturas já têm projetos executivos concluídos e parte deles já foi até limitada pela gestão atual.

As obras, no entanto, ainda estão no papel por falta de recursos. Doria disse que buscará financiamento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para viabilizá-los.

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