Brasil

Curtas – uma seleção do mais importante no Brasil e no mundo

Contas pró-Bolsonaro excluídas; Brasil contra a China; a morte planejada de jornalista saudita e mais…

INVESTIGAÇÕES EM ISTAMBUL: sauditas usaram até um dublê do jornalista assassinado / REUTERS/ Huseyin Aldemir

INVESTIGAÇÕES EM ISTAMBUL: sauditas usaram até um dublê do jornalista assassinado / REUTERS/ Huseyin Aldemir

DR

Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2018 às 06h59.

Última atualização em 23 de outubro de 2018 às 07h04.

Ataque à democracia

A fala do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) de que “basta um soldado e um cabo” para fechar o Supremo Tribunal Federal foi duramente repreendida nesta segunda-feira por membros do poder judiciário. O presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, afirmou em nota que “atacar o poder judiciário é atacar a democracia”. Também nesta segunda, o ministro Celso de Mello, o mais antigo do Supremo, classificou de golpista a fala do deputado. Outro ministro da corte, Alexandre de Moraes, disse que as frases de Eduardo Bolsonaro são “absolutamente inaceitáveis”. O candidato Jair Bolsonaro (PSL), pai de Eduardo, e seus aliados, por sua vez, trataram de contemporizar as declarações. “Eu já adverti o garoto”, disse o candidato sobre o filho de 34 anos em entrevista ao SBT.

Contas excluídas

O Facebook removeu nesta segunda-feira (22) um grupo de 68 páginas e 43 contas da rede social que, juntas, formavam a maior rede pró-Bolsonaro da internet, informa o jornal O Estado de S.Paulo. Segundo a empresa, os donos dessas páginas violaram as políticas de autenticidade e spam ao criar contas falsas e múltiplas contas com os mesmos nomes para administrar essa rede. O conteúdo compartilhado pelas páginas não teve influência sobre a decisão do Facebook. Juntas, essas páginas, controladas por um grupo chamado Raposo Fernandes Associados (RFA), tinham mais engajamento na internet do que jogadores e artistas mundialmente famosos, como Neymar, Anitta e Madonna. O caso veio à tona após reportagem do Estadão publicar uma investigação sobre a RFA em parceria com a ONG americana Avaaz. A matéria mostrou como um casal – o advogado formado pela USP Ernani Fernandes e sua mulher, Thais Raposo – montou um “império” de páginas e sites com apoio de conhecidas figuras conservadoras no País, como Alexandre Frota e Marcello Reis, do Revoltados Online. O Facebook investigava a rede há meses em sigilo. No dia 12 deste mês, o Estado revelou que somente nos últimos 30 dias, os endereços dessa rede pró-Bolsonaro alcançaram 12,6 milhões de interações no Facebook – ou seja, o total de reações a postagens, comentários e compartilhamentos. Mais de 16 milhões de pessoas seguem essas páginas.

O voto de Marina

Derrotada no primeiro turno com 1% dos votos válidos, Marina Silva (Rede) afirmou, em comunicado oficial divulgado na tarde desta segunda-feira (22), que vai votar em Fernando Haddad (PT). Marina divulgou um comunicado em que chama Jair Bolsonaro de risco iminente ao país. “Diante do pior risco iminente, de ações que, como diz Hannah Arendt, “destroem sempre que surgem”, “banalizando o mal”, propugnadas pela campanha do candidato Bolsonaro, darei um voto crítico e farei oposição democrática a uma pessoa que, “pelo menos” e ainda bem, não prega a extinção dos direitos dos índios, a discriminação das minorias, a repressão aos movimentos, o aviltamento ainda maior das mulheres, negros e pobres, o fim da base legal e das estruturas da proteção ambiental, que é o professor Fernando Haddad”, diz trecho da carta.

Deu lá fora

A seis dias do segundo turno das eleições presidenciais no Brasil, a imprensa internacional analisa o cenário político nacional a partir de uma possível vitória do candidato Jair Bolsonaro (PSL) sobre Fernando Haddad (PT). Os principais jornais dos Estados Unidos, do Reino Unido, da Itália e da Argentina destacam de forma crítica a vitória de Bolsonaro. Sob o título “Triste escolha do Brasil”, o The New York Times publicou editorial em que informa que Bolsonaro tem grandes chances de ser eleito no próximo domingo (28) e classificando o cenário como “uma perspectiva assustadora”. O jornal norte-americano se refere ao candidato como alguém com “visões repulsivas” e cita episódios polêmicos, como a discussão com a deputado Maria do Rosário (PT-RS), quando o presidenciável afirmou que “ela não merecia ser estuprada”. Seguindo a mesma linha, o italiano Corriere della Sera cita Bolsonaro como “líder de extrema-direita” e “anti-ambientalista”, ao fazer referência a declarações do candidato envolvendo acordos internacionais sobre o clima e exploração da Amazônia. Com Bolsonaro eleito, o jornal é categórico sobre o futuro do Brasil. “O Brasil recuaria meio século, retornando aos anos ‘dourados’ da ditadura militar”.

Crescimento no PIB

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro teve um crescimento de 1,6% no trimestre encerrado em agosto deste ano, na comparação com o trimestre finalizado em maio, segundo o Monitor do PIB, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Na comparação com o trimestre que terminou em agosto de 2017, o crescimento foi de 1,9%, de acordo com a FGV. Considerando-se apenas agosto, houve altas de 0,2% na comparação com julho deste ano e de 1,9% em relação a agosto do ano passado. A alta de 1,6% do trimestre fechado em agosto em relação a maio foi acompanhada pelos três grandes setores produtivos: serviços (1,1%), indústria (2%) e agropecuária (2,5%).

Brasil contra China

O Brasil entrou com uma denúncia contra a China na Organização Mundial do Comércio (OMC) para contestar as restrições chinesas às importações de açúcar, mostrou um documento publicado pela OMC nesta segunda-feira. O Brasil disse estar questionando a medida de “salvaguarda” da China sobre o açúcar importado, a administração de sua cota tarifária e seu sistema de “licenciamento automático de importação” para o açúcar extra-cota. O recurso do Brasil à OMC, confirmando o movimento aprovado pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) em 31 de agosto, é uma resposta à queda nas exportações brasileiras de açúcar desde que a China impôs uma tarifa adicional de 45% no ano passado. A tarifa foi reduzida para 40% em maio e será cortada para 35% em maio de 2019. A taxa é adicional à tarifa regular para o açúcar, que é de 15% sobre as primeiras 1,945 milhão de toneladas e 50% sobre quaisquer importações fora dessa cota, disse o documento brasileiro. O Acordo de Salvaguardas da OMC permite que esse tipo de tarifa seja adotada temporariamente para conter um aumento súbito e imprevisto das importações que possa prejudicar os produtores nacionais. Mas há condições que precisam ser cumpridas para que as regras sejam aplicadas, e o Brasil disse que a China quebrou 12 regras da OMC com suas salvaguardas, cinco regras com suas cotas e 13 com seu sistema de licenciamento. O Ministério do Comércio da China informou na semana passada que suas medidas de salvaguarda sobre as importações de açúcar estavam de acordo com as regras da OMC.

Protestos contra Trump

Ativistas da comunidade LGBT protestaram nesta segunda-feira em frente à Casa Branca contra a iniciativa em estudo pelo governo de Donald Trump de desmontar a atual política de reconhecimento de transgêneros e adotar os velhos parâmetros de definição de sexo. A iniciativa partiu do Departamento de Saúde dos Estados Unidos que, alegando a necessidade de várias agências do governo adotarem padrões uniformes e em “bases biológicas”. Segundo o jornal The New York Times, que obteve o memorando com a proposta da área de Saúde, a proposta prevê a definição de sexo apenas masculino e feminino, determinado pelas genitais da pessoa no seu nascimento. Qualquer disputa sobre o sexo de uma pessoa seria resolvida com teste genético.

“Selvagemente planejado”

A morte do jornalista saudita Jamal Khashoggi no consulado de seu país em Istambul foi “selvagemente planejada”, afirmou nesta segunda-feira o porta-voz do partido no poder na Turquia. Em coletiva de imprensa em Ancara, Omer Celik, porta voz do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), afirmou que “estamos diante de uma situação que foi selvagemente planejada e de uma mobilização de esforços consequentes para tentar dissimular” esse assassinato. Imagens gravadas mostraram que os sauditas usaram até um dublê do jornalista assassinado para tentar driblar as investigações.

Acompanhe tudo sobre:Arábia SauditaChinaEleições 2018Exame HojeMarina SilvaPIB

Mais de Brasil

As 10 melhores rodovias do Brasil em 2024, segundo a CNT

Para especialistas, reforma tributária pode onerar empresas optantes pelo Simples Nacional

Advogado de Cid diz que Bolsonaro sabia de plano de matar Lula e Moraes, mas recua

STF forma maioria para manter prisão de Robinho