Vista aérea da lama de barragens da Samarco: pesca ainda está proibida por tempo indeterminado no rio Doce, por contaminação dos peixes. (Ricardo Moraes/Reuters)
Da Redação
Publicado em 31 de março de 2016 às 11h20.
Brasília - A contaminação por metais pesados em amostras colhidas em 13 pontos do Rio Doce e do mar, detectada em análises preliminares de pesquisadores das Universidades Federais de Rio Grande (Furg) e do Espírito Santo (Ufes), está acima do limite considerado aceitável pela legislação.
Índices preocupantes de substâncias como arsênio, cádmio e chumbo levaram os órgãos ambientais a manter, por tempo indeterminado, a recomendação da suspensão da pesca ao longo da costa.
Um peixe roncador coletado das águas do rio, por exemplo, apresentava 140 vezes mais arsênio do que o máximo estabelecido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
Os cientistas afirmam, porém, que o número representa apenas uma das mais de mil amostras coletadas no início do ano da foz, no Espírito Santo, até o Parque Nacional Marinho de Abrolhos, no sul da Bahia.
"Nem todas as amostras foram analisadas ainda, mas temos números expressivos que já auxiliam os órgãos públicos na tomada de decisões", disse o pesquisador Adalto Bianchini, especialista em toxicologia.
Os dados parciais foram apresentados ontem ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Segundo o presidente do ICMBio, Cláudio Maretti, existe uma "preocupação mais aprofundada" em relação às Unidades de Conservação, que também foram atingidas pelo rompimento da Barragem de Fundão, da Samarco, em Mariana (MG), quase cinco meses atrás.
Em abril, deve haver uma nova expedição para coletar amostras.
Em 30 dias, novas recomendações sobre a pesca devem ser expedidas e a Samarco ainda pode sofrer novas autuações.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.