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Contag denuncia ameaças de morte a 347 trabalhadores rurais

“Registramos, ainda, 29 assassinatos e 38 tentativas de assassinatos nos últimos dois anos”, acrescentou o secretário de Política Agrária da Contag, William Clementino

Alessandra Lunas explica que essas questões estão “todas interligadas”, e que “há várias situações de grupos estrangeiros despejando famílias" (Nelson Almeida/AFP)

Alessandra Lunas explica que essas questões estão “todas interligadas”, e que “há várias situações de grupos estrangeiros despejando famílias" (Nelson Almeida/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2012 às 19h44.

Brasília - Em meio aos discursos dirigidos aos cerca de 8 mil trabalhadores rurais e agricultores que participam do Grito da Terra Brasil 2012, na Esplanada dos Ministérios, as lideranças da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) apresentaram hoje (30) uma lista de 347 pessoas ameaçadas de morte por causa dos conflitos agrários.

“Registramos, ainda, 29 assassinatos e 38 tentativas de assassinatos nos últimos dois anos”, acrescentou o secretário de Política Agrária da Contag, William Clementino. Boa parte da violência é praticada por pessoas ligadas a grupos estrangeiros financiados por grandes indústrias do setor alimentício, garantiu à Agência Brasil a vice-presidente da Contag, Alessandra Lunas.

“Somos contra a estrangeirização das terras brasileiras pelos grandes grupos de empresas que atuam no setor de alimentação. Todos sabem que a corrida desenfreada desses grupos se deve à previsão de grande demanda por alimentos no futuro”, disse Alessandra. “Isso colocará em risco a segurança alimentar do nosso país”, acrescentou.

Segundo a vice-presidente da Contag, há “várias situações de laranjas que se dizem proprietários de terras, mas que estão a serviço desses grupos estrangeiros”.

“Tem trabalhador que chega a trabalhar dez horas por dia, ganhando menos de um salário mínimo”, denunciou à Agência Brasil uma agricultora cearense* de 53 anos. “Por isso é necessário lutarmos pela melhoria salarial do homem do campo e pela redução da carga horária de trabalho para seis horas diárias”.

Alessandra Lunas explica que essas questões estão “todas interligadas”, e que “há várias situações de grupos estrangeiros despejando famílias e promovendo violência e trabalho escravo no campo”.

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