Ao longo de mais de três décadas a PSR vem oferecendo, desde sua sede no Rio de Janeiro, serviços de tecnologia e consultoria na indústria de energia em mais de 70 países. (zhengzaishuru/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 30 de junho de 2024 às 10h51.
Depois de mais de dois anos se alívio, a conta de luz voltará a trazer a cobrança extra por causa do acionamento das usinas termelétricas, que funcionam mais em períodos de menos chuvas, a um custo mais elevado do que o das hidrelétricas.
Em julho, o consumidor final pagará a tarifa de eletricidade com a “bandeira amarela”, informou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na sexta-feira.
A medida, que já estava no radar de economistas, é mais uma fonte de pressão sobre a inflação deste ano. Na quarta-feira, Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos, informou ao GLOBO que uma cobrança acional na conta de luz poderia fazer sua projeção para o IPCA, o índice oficial de inflação do país, passar de 4,0% para 4,2% em 2024.
O impacto poderá não ser tão grande porque, em março, a Aneel decidiu reduzir a cobrança adicional prevista na “bandeira amarela”. O acréscimo atual é de R$ 1,885 a cada 100 kW/h consumidos, 37% menos do que o valor anterior.
Segundo o regulador do setor elétrico, a última vez em que houve cobrança extra na conta de luz foi em abril de 2022 – foram 26 meses de “bandeira verde”, sem valores extra. A seca que assolou o Centro-Sul do país em 2021, e só teria fim no início da temporada de chuvas de 2022, a partir de outubro, levou o governo a criar até uma bandeira adicional, mais cara.
Agora, em 2024, a Aneel citou a “previsão de chuvas abaixo da média até o final do ano” para justificar a adoção da “bandeira amarela”. Segundo a agência reguladora, apesar das enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul, no país como um todo, as chuvas poderão ficar 50% abaixo da média histórica.
“Esse cenário de escassez de chuvas, somado ao inverno com temperaturas superiores à média histórica do período, faz com que as termelétricas, com energia mais cara que hidrelétricas, passem a operar mais”, diz uma nota divulgada pela Aneel.
A Aneel introduziu o sistema de bandeiras tarifárias em 2015 – a “verde” não tem qualquer taxa extra, a “amarela” tem uma taxa intermediária e a “vermelha”, a cobrança mais elevada. O objetivo é repassar, de forma mais rápida, as variações do custo de geração. Além disso, segundo a agência, o sistema “indica” aos consumidores esse preço de geração, induzindo que as famílias procurem economizar o uso da eletricidade nos momentos de custo mais elevado.