Brasil

Consumo das famílias vai esfriar a economia em 2011, prevê Gradual

Economista André Perfeito diz, no entanto, que não haverá necessariamente desaceleração dos investimentos

Vendas de produtos que dependem de financiamento devem sofrer desaceleração neste ano (Lia Lubambo/Exame)

Vendas de produtos que dependem de financiamento devem sofrer desaceleração neste ano (Lia Lubambo/Exame)

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Da Redação

Publicado em 3 de março de 2011 às 12h06.

São Paulo – A desaceleração do consumo das famílias por causa das medidas de combate à inflação vai resultar num crescimento mais moderado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano.

A avaliação é do economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, que participou do programa “Momento da Economia”, na Rádio EXAME.

Nesta quinta-feira (3), o IBGE divulgou números positivos da economia brasileira no ano passado, mas o quadro traçado pelos especialistas para 2011 não é tão positivo. “Fatalmente a gente vai ver uma situação menos vigorosa do varejo, que tinha sido impulsionado pela ampliação do crédito ao consumidor. Agora, por exemplo, as vendas de automóveis devem recuar por causa da alta dos juros na ponta final. A gente vai ter uma desaceleração de forma geral, mas os setores ligados ao consumo vão liderar esse processo. É isso que o Banco Central deseja quando faz uma política contracionista utilizando juros e compulsório”, diz Perfeito.

A Gradual Investimentos prevê expansão de 4,5% para o PIB neste ano, mas o número deve ser revisado para perto de 4% por causa dos recentes dados que indicam desaquecimento da economia. “É preciso lembrar que ainda será um crescimento interessante, pois será sobre uma base elevada”, salienta o economista.

Por outro lado, André Perfeito explica que não haverá necessariamente desaceleração dos investimentos. “A lógica do investimento tem um prazo um pouco maior. O que os economistas chamam de eficiência marginal do capital tem a ver com as expectativas dos empresários para os próximos anos, ou seja, um horizonte mais longo. Se o governo conseguir manter baixa a taxa de juros ao empresário e deixar claro que o Brasil está desacelerando agora por causa da inflação para voltar a crescer fortemente lá na frente, daí o empresário continua investindo.”

Na entrevista (para ouvi-la na íntegra, clique na imagem ao lado), o economista-chefe da Gradual Investimentos analisa a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que elevou a taxa básica de juros em 0,5 ponto nesta quarta-feira (2). André Perfeito também avalia o cenário internacional e possíveis impactos na economia brasileira.

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