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Construção do Maracanã esteve envolvida com polêmicas

Polêmica que envolve a reforma para a Copa das Confederações e a Copa do Mundo de 2014 revive, de certa forma, as discussões que marcaram sua construção seis décadas atrás

Vista aérea do estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (REUTERS/Ricardo Moraes)

Vista aérea do estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (REUTERS/Ricardo Moraes)

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Da Redação

Publicado em 27 de abril de 2013 às 17h58.

Rio de Janeiro - Construído para a Copa do Mundo de Futebol disputada no Brasil em 1950, e inaugurado com uma partida amistosa poucos dias antes daquele evento, o Estádio do Maracanã se tornou, ao longo de seus 63 anos de história, um dos ícones brasileiros de reconhecimento internacional.

Além de palco de grandes momentos do futebol carioca, brasileiro e mundial, recebeu diversos eventos, como shows e festivais de música, missas campais e partidas de outros esportes.

Mais de seis décadas depois, a polêmica que envolve a reforma do estádio para a Copa das Confederações deste ano e a Copa do Mundo de 2014 revive, de certa forma, as discussões que marcaram sua construção.

Ainda em 1947, a área escolhida pelo prefeito do então Distrito Federal (o Rio de Janeiro era a capital federal), Ângelo Mendes de Morais, para construir o estádio foi muito criticada por seus opositores políticos, entre eles o jornalista e deputado federal Carlos Lacerda.

Em vez do terreno antes ocupado pelo Derby Clube, hipódromo que foi desativado com a construção do Jóquei Clube, na Gávea, Lacerda defendia a construção do estádio em Jacarepaguá, na zona oeste da cidade.

Um outro jornalista, no entanto, teve um papel fundamental na campanha em favor da construção do estádio no bairro do Maracanã. Mário Rodrigues Filho, irmão do dramaturgo Nelson Rodrigues e um dos maiores nomes do jornalismo esportivo brasileiro.

Rodrigues Filho fez do Jornal dos Sports, de sua propriedade, uma tribuna em defesa do estádio. O jornalista morreu em 1966 e, em sua homenagem, o Estádio Municipal do Maracanã ganhou o nome oficial de Estádio Jornalista Mário Filho.


A denominação oficial, porém, não alterou o nome pelo qual o estádio é chamado pelo povo brasileiro e por aficionados do futebol de todo o planeta: Maracanã. A palavra tem origem indígena.

Maracanã, na língua tupi, significa “semelhante a um chocalho” e também dá nome a diversas aves psitaciformes, da mesma ordem dos papagaios e araras.

As aves que habitavam a região deram nome a um rio que nasce no Alto da Boa Vista, atravessa o bairro da Tijuca e deságua no Canal do Mangue. Construído em terreno vizinho ao rio, o estádio fez com que aquela parte da Tijuca se tornasse o bairro do Maracanã.

O projeto vencedor do concurso promovido pela prefeitura do Distrito Federal foi de autoria de uma equipe de sete arquitetos brasileiros: Miguel Feldman, Waldir Ramos, Raphael Galvão, Oscar Valdetaro, Orlando Azevedo, Pedro Paulo Bernardes Bastos e Antônio Dias Carneiro.

A concepção de um estádio circular derrotou, entre outros concorrentes, o projeto apresentado por Oscar Niemeyer, que na época já era o mais renomado arquiteto brasileiro.

As obras, iniciadas em 2 de agosto de 1948, duraram menos de dois anos e custaram o equivalente hoje a R$ 215 milhões. O jogo inaugural, em 16 de junho de 1950, foi uma partida amistosa entre as seleções do Rio de Janeiro e de São Paulo, vencida pelos paulistas por 3 a 1.

Exatamente um mês depois, em 16 de julho, o jogo final da Copa do Mundo, entre Brasil e Uruguai, entrou para a história não só pela derrota brasileira, mas também por registrar o público recorde de 199.854 espectadores.

A marca jamais foi superada. Os quase 200 mil espectadores fizeram o Maracanã ostentar, durante muitos anos, o título de maior estádio do mundo. Com as sucessivas remodelações e, agora, com a modernização para a Copa, a capacidade está limitada a 76 mil espectadores. E no ranking mundial, ocupa a 25ª posição, de acordo com o site World Stadiums.

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