Brasil

Conselho de Ética abre processo contra Argôlo

O deputado é citado nas investigações da Operação Lava Jato da Polícia Federal por suposto envolvimento com o doleiro Alberto Youssef


	Brasão da Polícia Federal: a suspeita é de que o doleiro teria enviado recursos ao apartamento funcional de Argôlo e feito pagamentos de despesas do deputado
 (Wikimedia Commons)

Brasão da Polícia Federal: a suspeita é de que o doleiro teria enviado recursos ao apartamento funcional de Argôlo e feito pagamentos de despesas do deputado (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2014 às 11h47.

Brasília - O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados instaurou nesta manhã desta quinta-feira, 15, um processo de cassação por quebra de decoro parlamentar contra o deputado Luiz Argôlo (SDD-BA), citado nas investigações da Operação Lava Jato da Polícia Federal por suposto envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso desde março.

A representação solicitando a investigação foi enviada pela Mesa Diretora na noite desta quarta, 14.

O deputado responderá ainda a outro processo com base em uma representação do PSOL. Neste caso, porém, será necessário um parecer preliminar sobre a admissibilidade.

O presidente do Conselho, Ricardo Izar (PSD-SP), pedirá ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que os dois processos tramitem conjuntamente.

Ele deve definir até sexta-feira, 16, o relator dos processos entre os três nomes sorteados: César Colnago (PSDB-ES), Izalci Lucas (PSDB-DF) e Marcos Rogério (PDT-RO).

A representação encaminhada pela Mesa tem origem em pedido do PPS. O partido pediu que a Corregedoria analisasse o caso após as notícias de que as investigações da PF mostrariam o deputado pedindo ao doleiro que fizesse pagamentos.

A suspeita é de que o doleiro teria enviado recursos ao apartamento funcional de Argôlo e feito pagamentos de despesas do deputado.

Reportagem do jornal O Estado de S.Paulo mostrou ainda que o parlamentar contratou com verba indenizatória a mesma empresa para a qual pediu que o doleiro depositasse dinheiro. A empresa tem três ex-assessores como sócios.

O corregedor, Átila Lins (PSD-AM), argumentou em seu parecer que mesmo o deputado não tendo sido indiciado pela PF, sua conduta não seria compatível com o exercício do mandato e defende a cassação do colega.

"A despeito de o investigado não ter sido indiciado em inquérito policial, os fatos relatados amoldam-se, em tese, perfeitamente como incompatíveis com o decoro parlamentar", diz.

"Os fatos denunciados, em tese, consubstanciam condutas delituosas, que ofendem os princípios da moralidade, e que desmerecem o mandato parlamentar. Ofendem a imagem do Poder Legislativo", ressalta.

Argôlo não apresentou sua defesa à Corregedoria. Ele solicitou mais prazo para fazer sua manifestação, mas o pedido foi indeferido por Lins.

O Conselho de Ética vai agora notificar o parlamentar para que apresente sua defesa nesta instância. O prazo para a conclusão do processo é de 90 dias.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosOperação Lava JatoPolícia FederalPolítica no Brasil

Mais de Brasil

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP

Governos preparam contratos de PPPs para enfrentar eventos climáticos extremos