Médicos: outro ponto de discussão é para que os dois anos extras sejam contabilizados como parte da residência médica ou mesmo como uma residência completa, dependendo da área. (AFP)
Da Redação
Publicado em 22 de agosto de 2013 às 19h17.
Brasília – Integrantes do Conselho Nacional de Educação (CNE) reuniram-se hoje (24) com os ministros da Educação, Aloizio Mercadante, e da Saúde, Alexandre Padilha, para discutir o Programa Mais Médicos. O CNE é responsável pelas diretrizes que nortearão a formação dos médicos e a incorporação dos dois anos de trabalho no Sistema Único de Saúde (SUS) propostos no programa. Esta foi a primeira reunião sobre o assunto. O conselho volta a se reunir no começo de agosto.
As principais questões levantadas pelos conselheiros foram sobre a origem do financiamento e a contratação dos tutores, que devem acompanhar os estudantes durante os dois anos adicionais. "Até o presente momento não há um posicionamento oficial, mas o governo se mostrou disposto a participar desse debate e ouvir sugestões", disse o conselheiro José Fernandes de Lima, que participou do encontro.
Outro ponto de discussão é para que os dois anos extras sejam contabilizados como parte da residência médica ou mesmo como uma residência completa, dependendo da área. A proposta consta na Medida Provisória (MP) 621/2013, que institui o programa e está em tramitação no Congresso Nacional.
Ontem (23), o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, defendeu a proposta e acrescentou que 50% dos estudantes formados em medicina não fazem residência. O Programa Mais Médicos seria uma solução para isso - não só com os dois anos adicionais, mas com o aumento da oferta de residência.
"A residência é uma pós-graduação. Como o estudante vai fazer uma pós se só recebe o diploma de médico ao final do segundo ciclo [dois anos adicionais]?", questiona o presidente da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação (CNE), Gilberto Gonçalves Garcia.
Para Garcia, os debates estão apenas começando. A previsão é que a nova diretriz esteja pronta em seis meses. Os debates no CNE ocorrerão junto com as discussões da MP no Congresso Nacional. Segundo ele, o CNE é responsável não apenas pelas regras para o segundo ciclo, mas da reformulação do curso de medicina. "O debate em torno do segundo ciclo tem repercussão no primeiro. Vamos definir o que é preciso para formar um médico com sensibilidade para a saúde pública e a saúde básica", diz.
O conselheiro José Fernandes de Lima informou que será formada uma comissão para analisar o tema. Serão feitas audiências públicas, além do debate interno na Câmara de Educação Superior. O conselho vai definir as atividades, o número de horas, a relação entre tutor e estudante, a formação do tutor e a relação entre estudante e hospital. As possíveis alterações na MP feitas pelo Congresso Nacional serão consideradas.