Brasil

Conselho adia para amanhã escolha de relator do caso Cunha

Presidente do Conselho de Ética adiou o anúncio do relator para esta quinta-feira


	O adiamento dá mais algumas horas de respiro a Eduardo Cunha, que só pode ser notificado a partir da escolha do relator
 (Antonio Cruz/Agência Brasil)

O adiamento dá mais algumas horas de respiro a Eduardo Cunha, que só pode ser notificado a partir da escolha do relator (Antonio Cruz/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de novembro de 2015 às 18h43.

Brasília - Sob a justificativa de que precisa recolher mais informações sobre os nomes sorteados na terça-feira, 3, para ocupar a relatoria do processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o presidente do Conselho de Ética, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), adiou o anúncio do relator para esta quinta-feira, 5, ao meio-dia.

O adiamento dá mais algumas horas de respiro a Cunha, que só pode ser notificado a partir da escolha do relator.

Também é preciso definir quem ocupará a relatoria para começar a contar o prazo de dez dias para a conclusão do parecer inicial que trata da admissibilidade do processo.

O anúncio estava prometido para as 17h desta quarta-feira, 4.

"Este é um processo difícil. Talvez o mais difícil que peguei na minha vida", disse Araújo, justificando a dificuldade por se tratar de "um deputado que, por acaso, é o presidente da Casa".

O presidente do colegiado disse que não foi procurado, não o procurou e não vai procurar Eduardo Cunha antes da escolha do relator.

Araújo negou que o adiamento seja uma medida protelatória. "Não estou querendo protelar nada", afirmou.

"Continuo com a ideia de manter a celeridade. Não estou atrasando absolutamente nada, mas tenho que me resguardar", disse Araújo.

"Estou buscando segurança para mim de que vou escolher o homem certo para a coisa certa na hora certa". O presidente do conselho disse não estar procurando nenhuma informação específica. "Quanto mais informação você tem, melhor", disse ele.

Questionado sobre o motivo de não ter perfilado anteriormente os 18 nomes que poderiam ser sorteados, Araújo disse também ter outras coisas para tratar.

"Não tenho só o Conselho de Ética para cuidar. Tenho outras coisas", disse o presidente do colegiado formado no início do ano e que somente agora está julgando um caso nesta legislatura.

Araújo disse já ter conversado com alguns parlamentares para levantar informações sobre Vinícius Gurgel (PR-AP), Zé Geraldo (PT-PA) e Fausto Pinato (PRB-SP).

Este último é considerado favorito por ter sido eleito graças aos votos do deputado Celso Russomanno (PRB-SP).

Como ele é ligado a Russomanno, o entendimento da cúpula do conselho é de que Pinato não dará passos em falso para não prejudicar a candidatura de seu correligionário na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Russomanno lidera as pesquisas de intenção de voto.

Pela manhã, Araújo conversou com Russomanno e disse que o parlamentar "o tranquilizou muito". Russomanno garantiu a Araújo de que Pinato não sofrerá pressão por nenhum dos lados.

"Ele vai admitir o processo com certeza", afirmou. Araújo negou o favoritismo de Pinato. "Não tenho preferido nem ele é favorito", afirmou. "Não descartei ninguém".

No entanto, o presidente do conselho disse que ainda conversará com ex-deputados ligados a Pinato para obter mais informações sobre o estreante. "O Pinato é deputado de primeiro mandato. Ninguém conhece aqui, eu não conheço", afirmou.

Araújo disse ter tido uma "conversa preliminar" com Pinato e que depois terá uma conversa "mais demorada" com o possível relator.

Ainda nesta quarta-feira, José Carlos Araújo vai conversar com dois ex-deputados que já trabalharam com Pinato: o atual vice-presidente do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Dimas Ramalho, e Julio Semeghini.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosCorrupçãoEduardo CunhaEscândalosFraudesJustiçaPolítica no Brasil

Mais de Brasil

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP

Governos preparam contratos de PPPs para enfrentar eventos climáticos extremos