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Congresso instala CPMI para investigar fraudes no INSS e apurar prejuízos de R$ 6,4 bilhões

Omar Aziz assume a presidência e Ricardo Ayres a relatoria da CPMI do INSS

Congresso Nacional: comissão foi criada para apurar irregularidades em descontos indevidos sobre aposentadorias e pensões do INSS. (Andressa Anholete/Getty Images)

Congresso Nacional: comissão foi criada para apurar irregularidades em descontos indevidos sobre aposentadorias e pensões do INSS. (Andressa Anholete/Getty Images)

Agência o Globo
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Publicado em 20 de agosto de 2025 às 11h37.

O Congresso Nacional instalou, na manhã desta quarta-feira, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai investigar fraudes no INSS. O colegiado, formado por 15 deputados e 15 senadores titulares, tem maioria alinhada ao Palácio do Planalto, instrumento que a base tenta usar a seu favor em meio à tentativa da oposição de usar as denúncias para desgastar o governo.

No comando da comissão, devem ficar nomes de confiança das cúpulas do Legislativo: o senador Omar Aziz (PSD-AM), aliado de Davi Alcolumbre (União-AP) e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deve assumir a presidência, enquanto a relatoria deve ficar com o deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO), próximo do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). O senador Carlos Viana (Podemos-MG) também pleiteou a presidência do colegiado e foi apoiado publicamente por Eduardo Girão (Novo).

“Nós vamos ter início, meio e fim e no final temos que ter propostas para impedir essas fraudes. Pessoas foram lubriadas,” disse Omar Aziz durante a reunião.

Objetivo da CPMI

A comissão foi criada para apurar irregularidades em descontos indevidos sobre aposentadorias e pensões, um esquema que, segundo a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU), pode ter causado prejuízos superiores a R$ 6,4 bilhões.

A correlação de forças aponta vantagem para o governo, reduzindo a margem de atuação da oposição. Das 30 vagas de titulares, apenas oito foram preenchidas com representantes oposicionistas, divididos de forma equilibrada entre Câmara e Senado.

Estratégia política na CPMI

A estratégia da base governista será associar as fraudes a gestões anteriores, sobretudo ao período do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Petistas como Paulo Pimenta (RS), Alencar Santana (SP), Rogério Carvalho (SE) e Fabiano Contarato (ES) integram a linha de frente do Planalto na comissão e prometem explorar essa narrativa.

Entre os pontos sensíveis para o governo estão as possíveis convocações do ministro da Previdência, Carlos Lupi, de seu sucessor Wolney Queiroz, do presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, e do ex-chefe do instituto Alessandro Stefanutto.

Parlamentares bolsonaristas também pressionam pela convocação de Frei Chico, irmão do presidente Lula, que tem ligação com o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi). A entidade foi citada em relatório da CGU sobre possíveis fraudes, mas Frei Chico não é investigado, e o sindicato nega irregularidades.

Composição do colegiado da CPMI

Senadores titulares:

  • Eduardo Braga (MDB/AM)
  • Renan Calheiros (MDB/AL)
  • Professora Dorinha Seabra (UNIÃO/TO)
  • Carlos Viana (PODEMOS/MG)
  • Plínio Valério (PSDB/AM)
  • Eliziane Gama (PSD/MA)
  • Cid Gomes (PSB/CE)
  • Jorge Seif (PL/SC)
  • Izalci Lucas (PL/DF)
  • Eduardo Girão (NOVO/CE)
  • Rogério Carvalho (PT/SE)
  • Fabiano Contarato (PT/ES)
  • Leila Barros (PDT/DF)
  • Tereza Cristina (PP/MS)
  • Damares Alves (REPUBLICANOS/DF)

Deputados titulares:

  • Coronel Chrisóstomo (PL/RO)
  • Coronel Fernanda (PL/MT)
  • Adriana Ventura (NOVO/SP)
  • Paulo Pimenta (PT/RS)
  • Alencar Santana (PT/SP)
  • Alfredo Gaspar (UNIÃO/AL)
  • Duarte Jr. (PSB/MA)
  • Julio Arcoverde (PP/PI)
  • Rafael Brito (MDB/AL)
  • Sidney Leite (PSD/AM)
  • Romero Rodrigues (PODEMOS/PB)
  • Beto Pereira (PSDB/MS)
  • Mário Heringer (PDT/MG)
  • Bruno Farias (AVANTE/MG)
  • Marcel van Hattem (NOVO/RS)

 

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