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Aeroportos de SP e RJ registram atrasos em voos após pilotos e comissários entrarem em greve

A paralisação está prevista para ocorrer todos os dias entre as 6h e 8h

Greve: A principal reivindicação da categoria é a recomposição inflacionária dos salários e aumento real de 5% (Leandro Fonseca/Exame)

Greve: A principal reivindicação da categoria é a recomposição inflacionária dos salários e aumento real de 5% (Leandro Fonseca/Exame)

Drc

Da redação, com agências

Publicado em 19 de dezembro de 2022 às 07h27.

Última atualização em 19 de dezembro de 2022 às 08h57.

Os dois principais aeroportos de São Paulo e do Rio de Janeiro registram atrasos em decolagens na manhã desta segunda-feira, 19, em função da greve dos pilotos e comissários.

De acordo com o painel de voos da Infraero em Congonhas, entre 6h e 7h 10 voos estavam com a partida atrasada. No Aeroporto Internacional de Guarulhos, às 6h30, 10 voos estavam atrasados. Até o momento não existe nenhuma informação de cancelamento. A orientação é que os passageiros procurem as companhias aéreas para saber o status do voo.

No Rio de Janeiro, os voos do Aeroporto Santos Dumont foram suspensos entre 6h e 8h. O Aeroporto Tom Jobim também informou que a operação está sendo afetada pela greve.

Além dos aeroportos em São Paulo e no Rio de Janeiro, outros cinco aeroportos foram afetados. Viracopos (Campinas-SP , dois voos atrasados), Brasília (dois voos), Belo Horizonte (um voo), Porto Alegre (nenhum atraso) e Fortaleza (nenhum atraso).

A paralisação está prevista para ocorrer todos os dias entre as 6h e 8h. O presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Henrique Hacklaender, orientou aos tripulantes que compareçam aos aeroportos, mas que não façam decolagens. A greve está prevista para ocorrer em São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte e Fortaleza.

"Nossas reivindicações são bem básicas. Há um caráter financeiro pois a categoria já não tem uma recomposição inflacionária nem qualquer tipo de ganho real há pelo menos três anos. E um caráter social, pois tentamos garantir minimamente que as empresas respeitem as folgas e os repousos dos tripulantes", afirma Henrique Hacklaender, diretor presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA).

Segundo Hacklaender, é possível que haja atrasos de voos. "Quanto a cancelamentos, não podemos prever. É uma prerrogativa das empresas, elas é que vão decidir se vão cancelar ou não os voos", disse.

Na sexta-feira, 16, a ministra do Tribunal Superior do Trabalho determinou na sexta-feira Maria Cristina Peduzzi determinou que deve ser garantido o mínimo de 90% de pilotos e comissários em serviço durante a greve. A decisão foi motivada por uma ação do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea).

O SNA afirmou neste sábado, 17, que a categoria vai seguir seu “manual de greve”, em que mantém 100% dos tripulantes a postos, mas uma parcela deles (de 1% a 2%) vai atrasar alguns voos. Nenhum será cancelado e todas as viagens serão realizadas, ainda que após os horários agendados pelas companhias aéreas.

Reivindicações dos pilotos e comissários

A principal reivindicação da categoria é a recomposição inflacionária dos salários e aumento real de 5%. Os aeronautas pedem também a definição de horários de folgas, proibição de alteração das escalas e cumprimento da regra de tempo mínimo em solo entre voos.

O SNEA afirmou, em seu pedido ao TST, que desde a primeira reunião de negociação os aeronautas sinalizaram que não abririam mão do aumento real. “Mesmo as empresas se esforçando ao máximo e apresentando proposta de reajuste de 100% do INPC, diárias nacionais, seguro de vida e vale alimentação, além de conceder outros pleitos sociais dos aeronautas”, informou a entidade.

Os aeronautas, por sua vez, argumentam que os altos preços das passagens aéreas aumentaram também os lucros.

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