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Confisco da poupança de Collor completa 26 anos hoje

Este 16 de março marca o aniversário do anúncio do confisco do dinheiro das cadernetas de poupança dos brasileiros


	Fernando Collor de Mello deixa Palácio do Planalto: confisco da poupança dos brasileiros foi anunciado há exatos 26 anos.
 (Agência Brasil/Elza Fiuza)

Fernando Collor de Mello deixa Palácio do Planalto: confisco da poupança dos brasileiros foi anunciado há exatos 26 anos. (Agência Brasil/Elza Fiuza)

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Da Redação

Publicado em 16 de março de 2016 às 23h40.

Há 26 anos era anunciado o confisco do dinheiro depositado nas cadernetas de poupança. A medida fazia parte do pacote econômico editado pelo presidente Fernando Collor de Mello no dia seguinte de sua posse.

Foi decretado feriado bancário de três dias. O clima era de perplexidade. Ninguém esperava por medidas tão radicais, sobretudo o bloqueio do dinheiro.

Quando os bancos voltaram a funcionar, a população fazia fila nas portas das agências, que não tinham dinheiro disponível para cobrir os saques dos clientes. Como consequência, as vendas no comércio caíram drasticamente.

Os saques nas cadernetas ou na conta-corrente foram limitados a 50 mil cruzados novos. O pacote determinava o bloqueio por 18 meses com correção e juros de seis por cento ao ano.

O chamado Plano Collor Um foi elaborado pela equipe chefiada pela ministra da Economia, Zélia Cardoso de Mello, que incluía o secretário do Planejamento, Antônio Kandir, o e presidente do Banco Central, Ibrahim Eris. Eles previram um congelamento de recurso equivalente a 30% do Produto Interno Bruto.

Esse era o quarto plano econômico que os brasileiros enfrentavam em cinco anos. Os anteriores ocorreram no governo José Sarney, como o plano Cruzado de 1986, o Bresser, de 87 e o Verão, de 89. Todos fracassaram na tentativa de controlar a inflação.

Antes do Plano Collor Um o país estava mergulhado na hiperinflação. Os supermercados remarcavam os preços até de madrugada. O valor dos produtos quase dobrava de um mês para o outro.

Entre as medidas contidas no pacote, estavam um novo controle de preços e de salários, e aumento das tarifas de energia elétrica, telefone e transportes urbanos. O plano também extinguiu empresas estatais como a Portobras, a Siderbrás, a EBTU e a Embrafilme.

Foi determinado ainda um forte ajuste fiscal, com aumento da tributação, fim de incentivos e subsídios, além da demissão de cerca de cem mil servidores públicos.

O arrocho da política econômica mergulhou o país numa recessão histórica e o presidente Collor teve que rever as medidas com a liberação do dinheiro retido nos bancos; e a inflação voltou a explodir.

A economia brasileira só seria estabilizada em 1994 com o lançamento do Plano Real. O Plano Collor foi esquecido mas o confisco da poupança está até hoje na memória dos brasileiros.

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