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Confiança do consumidor é a melhor desde 2005

Índice da FGV aumenta 0,7% em relação a Agosto e quebra recorde pelos egundo mês seguido

Após o fim da redução do IPI, a FGV acredita que haverá uma retomada nas compras de bens duráveis (Arquivo)

Após o fim da redução do IPI, a FGV acredita que haverá uma retomada nas compras de bens duráveis (Arquivo)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.

Rio de Janeiro - Pela segunda vez seguida, a confiança do consumidor atingiu em setembro o maior patamar da série histórica do Índice de Confiança do Consumidor (ICC), iniciada em setembro de 2005, segundo informou hoje o coordenador de Sondagens Conjunturais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Aloísio Campelo. "O consumidor tem avaliado muito bem a economia. Sobre mercado de trabalho e sobre a situação da economia em geral, o consumidor nunca teve uma avaliação tão favorável desde 2005", comentou.

Mais cedo, a FGV informou que o ICC subiu 0,7% em setembro ante agosto, na série com ajuste sazonal. Com o resultado, o desempenho do indicador, que é calculado com base em uma escala de pontuação entre zero e 200 pontos foi de 120,8 para 121,7 pontos, de agosto para setembro. Quanto mais próximo de 200, maior o nível de confiança do consumidor.

Um dos fatores que mais ajudaram a formar o cenário é a avaliação do brasileiro quanto ao mercado de trabalho. Campelo observou que o mercado de trabalho tem apresentado resultados favoráveis nos últimos meses. No entanto, 2010 também contou com mais uma influência benéfica: o período eleitoral, que gerou mais empregos temporários. Isso eleva a renda do consumidor, de uma maneira geral, o que conduz a uma melhora no humor do brasileiro.

Além disso, o economista destacou que a inflação, de maneira geral, não assusta tanto o consumidor como no passado, com exceção do brasileiro de baixa renda, que agora sofre mais com a alta nos preços dos alimentos. Mas mesmo isso não influenciou muito o resultado geral do ICC, pois a inflação há meses mostra trajetória comportada e os preços dos alimentos só começaram a subir recentemente. Tanto que a projeção de inflação do consumidor para os próximos 12 meses, pesquisada pela Sondagem das Expectativas do Consumidor (usada para cálculo do ICC) caiu de 6,2% para 6,0% de agosto para setembro, a menor estimativa desde março de 2008 (5,9%).

Expectativas

Na prática, a conjuntura econômica atual ajudou a formar uma mentalidade de confiança na cabeça do consumidor quanto ao cenário da economia local. Com isso, a avaliação sobre o momento presente da economia, no âmbito do ICC, está melhorando por seis meses consecutivos. Porém, as expectativas do consumidor brasileiro caíram em setembro. Campelo afirmou que as eleições não tiveram nenhuma influência no resultado.

"É natural que as expectativas, que estavam em um patamar muito elevado, comecem a decair um pouco. É mais uma acomodação. O patamar da confiança quanto ao futuro da economia arrefeceu nos últimos meses, mas continua acima da média histórica", avaliou. Ele acrescentou que as expectativas para as finanças familiares continuam positivas para os próximos meses.

Campelo comentou também que as expectativas de compras de bens duráveis ficaram relativamente estáveis em setembro. Embora a fatia de consumidores entrevistados que pretendem comprar mais bens duráveis nos próximos meses tenha caído de 16,5% para 15,0% de agosto para setembro, a parcela de pesquisados que informaram intenção de comprar menos também caiu, de 26,5% para 25,5%, no mesmo período.

O economista observou que as famílias estão, no momento, saindo de um ciclo de endividamento provocado pela antecipação de compras iniciada no ano passado, devido às promoções geradas pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em automóveis e geladeiras, entre outros produtos. "Mas parece que o consumidor começa agora a recuperar o fôlego por compras de (bens) duráveis", afirmou. "Podemos apostar em um cenário gradual de retomada das compras", afirmou.

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