Tragédia de Mariana: o prazo para o término do inquérito se encerrou nesta segunda-feira, 15 (Ricardo Moraes / Reuters)
Da Redação
Publicado em 15 de fevereiro de 2016 às 11h40.
Belo Horizonte - A Polícia Civil de Minas Gerais pediu à Justiça, pela terceira vez, mais prazo para a conclusão do inquérito que apura as causas do rompimento da barragem da Samarco em Mariana no dia 5 de novembro.
Há dez dias, o delegado responsável pelo caso, Rodrigo Bustamante, adiantou que vai indiciar a direção da mineradora, que pertence à Vale e à BHP Billiton, por 19 mortes ocorridas na queda da represa.
O prazo para o término do inquérito se encerrou nesta segunda-feira, 15. O novo pedido é por mais 30 dias. A Justiça atendeu à solicitação na sexta-feira, 12.
Os outros dois pedidos foram feitos em dezembro e janeiro. Bustamante não revelou os motivos da necessidade de mais prazo para o fim das investigações.
Na tragédia já foram confirmadas 17 mortes. Duas pessoas estão desaparecidas, mas, segundo o delegado, pelo tempo desde o rompimento da represa, já é possível incluir ambos no indiciamento por homicídio.
As declarações foram dadas pelo delegado em 5 de fevereiro, data em que a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão nos escritórios da Samarco em Belo Horizonte e Mariana.
Bustamante não citou quais os integrantes da cúpula da mineradora serão indiciados.
O diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, e o diretor de operações da mineradora, Kleber Terra, já foram indiciados pela Polícia Federal por crime ambiental.
Os dois estão afastados da empresa. A Samarco e outros cinco executivos da mineradora também foram indiciados pelo mesmo motivo pela corporação.
Segundo disse Bustamante à época, em relação ao indiciamento a ser feito pela Polícia Civil falta apenas decidir se será por dolo, quando há intenção de matar, ou culposo, quando não há a intenção, mas assume-se o risco de que isso ocorra.
Para homicídio doloso, a pena varia de seis a 20 anos de prisão, por morte.
Para homicídio culposo, a pena varia de um a três anos de prisão, mas que pode ser ampliada em casos, por exemplo, "de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício", conforme previsto no Código Penal.