Alesp: ex e atual presidente da Assembleia brigam por "paternidade" de medida que extingue licitação (José Antonio Teixeira/Alesp/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 4 de abril de 2017 às 14h50.
São Paulo - Há duas semanas na presidência da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o deputado estadual Cauê Macris (PSDB) cancelou uma licitação de R$ 1,54 milhão para a compra de 920 cadeiras giratórias de luxo.
A decisão causou um mal-estar com seu antecessor, o também deputado estadual tucano Fernando Capez.
As exigências técnicas para a aquisição das cadeiras para a Casa, que conta com 94 parlamentares, são bastante específicas.
O documento exige dos fornecedores que elas tenham "ajuste da tensão do mecanismo de inclinação para possibilitar o movimento relax ao biótipo do usuário através de manípulo sob o assento".
Outro item descrito pede que cada unidade seja "giratória em 360 graus, em nylon de alto impacto ou aço, na cor preta; deslocamento horizontal através de cinco patas, rodízio espaciais blindados de alta resistência, com controle de frenagem automático e manual, em nylon para piso frio e carpete".
À reportagem, Macris criticou a decisão da mesa diretora da legislatura anterior de ter aberto uma licitação como essa em tempo de crise.
"Como pode a Assembleia, em uma crise como essa, ter feito uma licitação assim para comprar 920 cadeiras? Determinei o cancelamento e a suspensão (da licitação). Não teria cabimento."
Decisão
Ex-presidente da Assembleia, Fernando Capez afirmou que a decisão de suspender a licitação foi dele, e não do colega de bancada. "Não foi o Cauê que suspendeu, fui eu."
Capez afirmou, porém, que a decisão no Diário Oficial virá com assinatura de Macris porque ele optou por deixá-la para a nova mesa diretora, mas após ter alertado o sucessor.
"Eu não cancelei e deixei a decisão para a nova Mesa a pedido do Cauê", disse o deputado estadual. Ainda segundo Capez, a decisão de abrir uma licitação de compra de mobiliário é uma atribuição do 1.° secretário, que na legislatura anterior era o deputado Ênio Tato, do PT.
Procurado pela reportagem, Tato não foi localizado.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.